O delegado Fernando Farias, titular da Delegacia de Investigação Criminal (DIC) de Brusque, afirmou nesta sexta-feira (24) que os suspeitos detidos na Operação Cidade Limpa “ostentavam o crime” e demonstravam orgulho das pichações realizadas em espaços públicos da cidade. O grupo, formado por três homens e uma mulher, usava as redes sociais para marcar os locais, dividir funções e postar registros das pichações, exibindo os próprios delitos. “Eles ostentavam, tinham orgulho do que faziam”, destacou Farias.
Durante a operação, a polícia também encontrou uma letra de rap escrita à mão, assinada pelos envolvidos, com críticas ao prefeito André Vechi, que recentemente havia publicado um vídeo e oferecido recompensa para identificar os pichadores da ponte do bairro Rio Branco. O delegado afirmou que a postura do prefeito acabou ajudando na investigação. “A publicação do prefeito ajudou, porque acabou motivando denúncias e provocando os pichadores, que começaram a conversar entre eles. Isso nos permitiu comprovar a materialidade”, explicou.
Segundo Farias, as investigações identificaram quatro endereços ligados aos suspeitos, com mandados de busca e apreensão cumpridos nos bairros Dom Joaquim e Rio Branco, em Brusque, e nos bairros São Pedro e Aymoré, em Guabiruba. Nas residências, a polícia encontrou diversas latas de tinta spray, cadernos com desenhos e traços idênticos aos das pichações, além de maconha, balanças de precisão e materiais usados para preparo e venda de drogas. Um dos investigados foi preso em flagrante por tráfico de drogas e resistência à prisão.
O delegado relatou que o grupo pichou a ponte do bairro Rio Branco, a Arena Multiuso e um ponto de ônibus em Guabiruba, locais onde as inscrições apresentavam o mesmo padrão gráfico. Além disso, uma nova pichação foi publicada nas redes sociais pelos próprios suspeitos na véspera da operação. A DIC ainda trabalha para identificar o local exato dessa última ação, que também deve ser incluída no inquérito.
Com idades entre 22 e 28 anos, os quatro investigados devem responder por dano ao patrimônio público, pichação e associação criminosa, sem prejuízo de outros crimes que possam surgir da análise do material apreendido. A Operação Cidade Limpa, que contou com apoio das polícias civis de Botuverá e Guabiruba e da Prefeitura de Brusque, segue com a perícia comparando as inscrições encontradas nos locais públicos com os vestígios recolhidos nas residências.



