A Operação Contenção, deflagrada pelo governo do Rio de Janeiro na terça-feira (28) contra a facção Comando Vermelho, já deixou 119 mortos, conforme atualizado pelo Governador do RJ. Entre as vítimas estão quatro policiais militares, que podem aumentar conforme as horas. A ação, considerada a mais letal da história do estado, provocou forte reação dentro e fora do Brasil.
A ofensiva policial começou durante a madrugada em comunidades da zona norte do Rio, onde vivem cerca de 300 mil pessoas, e resultou em intensos tiroteios que se estenderam por horas. Moradores relataram cenas de pânico e dificuldades para circular pelas regiões afetadas. Imagens de corpos e confrontos se espalharam pelas redes sociais.
ONU manifesta preocupação
A Organização das Nações Unidas (ONU) se pronunciou na noite de terça-feira em seu perfil na rede X (antigo Twitter), afirmando estar “horrorizada” com o alto número de mortos.
“Brasil: estamos horrorizados com a operação policial em andamento nas favelas do Rio de Janeiro, que já teria resultado na morte de mais de 60 pessoas, incluindo quatro policiais. Esta operação letal reforça a tendência de consequências extremamente fatais das ações policiais nas comunidades marginalizadas do Brasil. Relembramos às autoridades suas obrigações sob o direito internacional dos direitos humanos e instamos a realização de investigações rápidas e eficazes”, afirmou a entidade.
Imprensa internacional repercute o caso
Diversos veículos estrangeiros destacaram a operação e a classificaram como um dos episódios mais violentos da história recente do Brasil.
O jornal britânico The Guardian publicou a manchete: “Brasil: ao menos 64 mortos no dia mais violento do Rio de Janeiro em meio a batidas policiais”, descrevendo a ação como “a mais letal da história”.
O espanhol El País afirmou que o “Rio de Janeiro vive uma jornada de caos colossal”, enquanto o francês Le Figaroressaltou a “contestação sobre a eficácia de operações policiais de grande porte” na cidade.
Nos Estados Unidos, o New York Times destacou que a operação foi “a mais mortal da história do Rio” e citou o governador do estado, que classificou a ação como um “ataque aos narcoterroristas”.
O argentino Clarín reproduziu publicações de brasileiros nas redes sociais e estampou em seu site: “Não é Gaza, é o Rio”.
O número oficial de mortos deve aumentar nas próximas horas desta quarta-feira (29). Já há mais de 119 corpos entregues às autoridades pela população local, que desde ontem terça feira (28), encontraram corpos em áreas de matas.




