O Conexão 92 desta segunda-feira (8) recebeu as voluntárias Gabriela Schmidt e Cíntia Hinsching, representantes da PATA – Associação de Proteção Animal de Guabiruba. O programa abriu espaço para discutir os desafios da causa animal no município, atualizar as ações recentes da entidade e reforçar a necessidade de apoio da comunidade.
Durante o fim de semana, a ONG realizou mais um brechó beneficente, iniciativa tradicional utilizada para arrecadar recursos e manter os atendimentos. Segundo Gabriela, que integra a nova diretoria assumida em junho e atua como tesoureira e responsável pela comunicação, o evento teve boa participação e deve gerar um valor significativo para auxiliar nas despesas. A prestação de contas será divulgada nesta semana. “Nossas principais demandas são despesas veterinárias, ração, medicamentos e diárias de internamento para animais que não têm lar temporário”, destacou.
Cíntia, médica veterinária e voluntária da ONG, explicou que a maior dificuldade do trabalho está na logística de cada resgate. “Para um único atendimento, precisamos de transporte, vaga em clínica, recursos para custear procedimentos e, depois, um lar temporário. Sem essa corrente, o atendimento não acontece”, afirmou. Ela também alertou para o recente surto de cinomose no bairro Lajeado Baixo, o que tem aumentado a procura por ajuda e exigido maior atenção da entidade. A doença, altamente contagiosa, pode causar emagrecimento, lesões de pele, secreções oculares e até comprometimento neurológico, muitas vezes com prognóstico grave e necessidade de tratamento intensivo.
As voluntárias comentaram ainda o aumento de abandonos nas últimas semanas, especialmente em pontos como o Parque Vicentina. No final do ano, o problema costuma se agravar por conta de mudanças, viagens ou falta de opção para deixar o animal. Gabriela reforçou que a ONG não possui abrigo e depende exclusivamente de lares temporários, que já estão lotados. “Muita gente coloca a responsabilidade na ONG, mas quem adota precisa assumir o cuidado até encontrar uma solução”, afirmou.
Outro ponto debatido foi a baixa efetividade das punições por maus-tratos. A ONG relatou um caso recente de uma gata baleada, ocorrido em agosto, que permanece sem resposta definitiva das autoridades. “A legislação existe, mas a fiscalização e a punição ainda são frágeis”, comentou Gabriela. Cíntia, que também integra o Conselho Municipal de Bem-Estar Animal, reforçou que muitas atribuições deveriam ser do Poder Público. “A ONG está fazendo o trabalho que é obrigação do município. Precisamos de fiscalização efetiva para que as leis saiam do papel.”
Atualmente, a PATA acumula mais de R$ 25 mil em dívidas veterinárias, valor que cresce devido ao número de atendimentos urgentes. Para ajudar a reduzir o déficit, a entidade lançou uma rifa de Natal com 20 prêmios, ao valor de R$ 10 por número, disponível com voluntários e no Instagram. Outras ações estão previstas, como novos brechós, pedágios solidários e campanhas de arrecadação de ração, especialmente para gatos, cuja demanda aumentou.
Gabriela e Cíntia encerraram reforçando o compromisso com a causa e convidando a comunidade a colaborar. “A gente ama o que faz, mas sozinhas não conseguimos. Toda ajuda é importante, seja financeira, como lar temporário ou compartilhando nossas ações”, destacaram. Doações e informações podem ser feitas pelo Instagram @pataguabiruba, onde também está disponível o CNPJ da ONG e o link para a rifa.



