No dia 27 de março, uma denúncia levou a polícia até uma residência localizada no Baiirro Limeira, em Brusque, onde um adolescente de 15 anos de idade estava preso em uma árvore e impedido de sair à rua. O próprio pai, com o consentimento da mãe, tomou a atitude extrema para tentar retomar o controle sobre o filho, conforme apuraram as autoridades na época.

A notícia veiculada no site da Rádio Cidade causou grande repercussão e muitos comentários condenando a ação dos pais. Para “justificar” a atitude, a mãe do adolescente pediu para ser ouvida pela emissora e contar sua versão, já que ela, até hoje, não foi ouvida por nenhuma autoridade para relatar o que levou a essa ação de desespero.

“Eu amo muito meu filho”, contou a mãe, afirmando que a rebeldia do jovem, que está indo mal nos estudos, andando com más companhias e agindo com agressividade, chegando a tentar enforcar com as mãos uma irmã mais velha, e para tentar impedir que ele continue sendo influenciado por algum amigo usuário de drogas, o pai decidiu prendê-lo a uma árvore. Isso após várias tentativas de mudar o comportamento do adolescente.

Chorando, a mãe relatou que já tem uma experiência familiar em que um sobrinho se envolveu com drogas e está sendo acusado de participar de um roubo contra um posto de combustíveis, expondo toda a família, que viu a casa onde residem ser invadida pela polícia, que procurava pelo rapaz. Uma cena que causou extremo constrangimento aos pais. “Eu não quero isso para o meu filho, fizemos por desespero”, relatou a mulher.

Ela e o marido não tinham noção do impacto que a medida repressiva causaria. Hoje, sofrendo muito, se diz arrependida e não sabe como agir. Ela conta que a justiça determinou que por conta de perda provisória da guarda do filho o jovem foi para a casa de um parente. “Todos nós estamos sofrendo, até meus pais que moram no Paraná”, contou a mãe, reclamando que apesar de não terem o nome divulgado, sua filha já recebeu ligação telefônica e foi questionada sobre o assunto.

APOIO PSICOLÓGICO

A reportagem da Rádio Cidade ouviu também a psicóloga Rosimeire Ossucci, que falou sobre essa situação e, apesar de não concordar com o método de correção aplicado pelos pais, entendeu como uma forma desesperada de chamar a atenção para o problema.

A psicóloga afirma que a educação é uma responsabilidade dos pais e a eles compete estabelecer uma relação de respeito com o filho, de diálogo, pois a agressividade não é a solução. Rosimeire explicou que a psicologia pode ajudar, em especial quando há casos em que o adolescente pode estar envolvido com as drogas, tendo em vista que a família também é afetada diretamente.

Neste caso específico, apesar de não entrar no mérito, pois não conhecia a história a fundo, a psicóloga disse que tanto a família quanto o adolescente precisam de ajuda. Uma coisa ficou clara, é desde criança que se educa e esse papel é determinante para o comportamento do adolescente. O que não se aprova é a violência como forma extrema de educar.

Ouça o áudio da entrevista completa da mãe e da psicóloga no programa Rádio Cidade Revista desta quarta-feira.