A crise causada pelo Coronavírus está deixando um enorme estrago na economia. Empresas fechando as portas, pessoas desempregadas e outros efeitos negativos já são registrados. Mas há quem tenha encontrado nessa loucura toda uma oportunidade de fazer negócios, complementar a renda e até investir em outro ramo com a necessidade do uso de máscaras. Um grande número de pessoas está confeccionando os itens para atender a demanda que surgiu.
É o caso da vendedora Rosemara Bertolini (29). Funcionária de uma livraria, ela resolveu confeccionar algumas máscaras para uso da família. O modelito chamou atenção e despertou interesse de mais pessoas, acabando por render uma grana extra. Feitas em algodão, elas custam entre R$ 6 e R$ 7, dependendo do modelo e tamanho. O dinheiro inesperado está valendo a pena.
“Como eu trabalho o dia inteiro, consigo apenas confeccionar à noite. Em média de 15 a 20 por noite”, relata ela, explicando que cada máscara leva em torno de 15 minutos para ser confeccionada, com material em algodão e todos os cuidados com higiene: o material é lavado antes e cada máscara passada a ferro quente depois de pronta.
Da entrega de marmitas à fabricação de máscaras
Desde que o primeiro caso de Coronavírus foi confirmado no Brasil, a fabricação de máscaras de proteção deu um grande salto. Estudo feito por uma plataforma de comparação de preços no país, a Consulta Remédios, mostrou que somente as cirúrgicas, voltadas ao segmento de profissionais da saúde, aumento o volume de fabricação em venda em 1.800%. Ainda não há dados estatísiticos sobre as máscaras fabricadas em escala não industrial, mas o mercado dos pequenos que começaram a faturar com a fabricação do ítem é visível.
Há, inclusive, quem mudou de ramo, ainda que momentaneamente, buscando uma nova fonte de renda nas máscaras. A empresária Luciana Dias Torresani (43) produz marmitas fitnnes congeladas para pessoas levarem ao trabalho. Com a paralisação de boa parte das empresas e o decreto de isolamento social que obrigou os clientes a ficarem em casa, ela viu as encomendas despencarem. Mal imaginava que uma publicação em sua rede social seria a porta aberta para faturar com um novo negócio.
“Fiz um conjunto desses para mim e postei de bobeira. Aí me pediram. Eu não tinha a mínima intenção de costurar. Mas foi uma loucura: pedidos, pedidos e pedidos”, relata ela.
Luciana identificou ali que poderia faturar bem e comprou uma máquina de costura para dar conta da demanda. Os pedidos cresceram mais e mais. Em cinco dias, ela produziu 80 conjuntos formados por máscara e faixa de afixação.
“Tenho vendido bastante para todos os públicos. As mães estão procurando muito para as crianças. Uma porque elas não querem usar, então fui atrás de estampas divertidas”, frisa ela.
Ainda sobre os números de vendas de máscaras, outro levantamento de dados feito por um aplicativo de farmácias (Farmácias APP) mostrou no início do mês que a venda de máscaras no país cresceu 117% neste período de pandemia. Em comparação om 2019, o faturamento subiu 113%.
Uma boa notícia para os novos empreendedores do negócio como a Luciana, a Rosemara e tantos outros que enxergaram na pandemia uma oportunidade de compor a renda ou até mesmo dar vida a um promissor negócio.
Colaboração: Josiani da Cruz



