A cidade de Brusque está inserida na região das que mais sofreram impactos da pandemia na economia em Santa Catariana e registraram tanto índice elevado de desemprego quanto de fechamento de empresas. Levantamento feito pelo Sebrae mostra que as situadas nesta área do estado demitiriam em grande volume desde o dia 19 de março, quando entrou em vigor o Decreto 525, do governo estadual.
O número supera, inclusive, a média do registrado pela pesquisa em todo o estado. Enquanto em Santa Catarina 35% das empresas consultadas optou por reduzir seus quadros, as situada na Foz do Itajaí somam 41,79%. O fechamento de muitas delas representa perda de faturamento na economia da região na ordem de R$ 1,5 bilhão. A segunda região que mais demitiu ou fechou as portas foi o Sul, com 44,28%.
O estudo do Sebrae aponta o Oeste como a região que registrou o menor impacto, com de 26% de empresas demitindo oou encerrando as atividades. O fato de ser uma área com grande força do agronegócio é visto como fator determinante, pois foi um dos segmentos que menos impactado pelos reflexos da pandemia. As cidades onde há muito comércio por microempresas e atuação de microempreendedores individuais, assim como turismo e eventos, sentiram de maneira mais direta a situação.
“Verificamos que 20% das empresas no estado (mais de 850 mil) já fecharam. São 10 mil. Na região de Itajaí, à qual Brusque integra, é o mais alto do estado, com 1,8%. Quase 2% fecharam as portas. A economia volta, mas volta lentamente”, afirmou o diretor técnico do Sebrae SC, Luc Pinheiro.
Para ele, a retomada da economia vai se dar de forma lenta. Isso porque os efeitos do estrago vão se apresentar de maneira distinta em cada segmento.
Segundo Luc, setores como turismo e eventos vão demorar mais tempo para enxergarem recuperação das perdas. As próprias pessoas vão demorar um pouco mais para quer se juntar em aglomerados.
“Isso é diferente de uma loja de varejo, que estava fechada há um mês e vai poder abrir, começar a vender”, pontua.
Faturamento teve perda de bilhões no estado
O estudo feito pelo Sebrae ouviu 4.348 mil empresas em todo o estado, que confirmaram, todas juntas, mais de 403 mil demissões. Em termos de faturamento, a pandemia fez com que o setor econômico deixasse de faturar cerca de R$ 9 bilhões neste último mês.
Mas a pesquisa trouxe um dado positivo. Mesmo de portas fechadas em com a crise há um quadro significativo de empresas que optaram por não demitir. Segundo os dados da pesquisa, seis em cada dez mantiveram e vão manter seus quadros de colaboradores, esperando pelo retorno e reaquecimento da economia.
“Quanto mais rápido se retornar, ou pelo menos a expectativa mais clara sobre quando recomeçar, melhor para que os empreendedores possam não demitir”, afirma Luc Pinheiro.



