Aldo Fachinello, Dario Silva e Saulo Tavares compartilham histórias do rádio em entrevista especial

Ao longo da semana que se comemora o Dia do Radialista, no último dia 21, a Rádio Cidade tem elaborado uma série de eventos abordando a história do rádio. Durante o programa Fim de Tarde desta quarta-feira, o diretor da emissora, Aldo Fachinello e os históricos radialistas de Brusque e região, Dario Silva e Saulo Tavares, participaram de um bate papo sobre o tema.
Hoje, Silva atua na Rádio Difusora, de Itajaí, enquanto Tavares também segue na ativa, na Rádio Araguaia, de Brusque. Fachinello começou no rádio ainda em 1965. Na época, as homenagens ainda eram uma fonte de renda importante para as emissoras e as reservas ocorriam com antecipação de até seis meses e o dia a dia das rádios, em muitos casos dependia de geradores por indisponibilidade de energia elétrica nas cidades e as músicas eram tocadas com uso de discos.
“Sou mais ainda do rádio de antigamente, era um rádio mais romântico. As pessoas do outro lado ficavam imaginando”, lembra Silva. “As dificuldades eram imensas para você fazer uma transmissão. A primeira transmissão ao vivo que fiz me entregaram uma maleta valvulada, que para carregar já era uma dificuldade e tinha que ligar na energia elétrica”.
Em uma das passagens dos tempos de reportagem de campo com o equipamento um acidente. Chovia no momento da partida e Silva acabou levando um choque no fio usado para a transmissão. “Poderia ter me matado, mas isso tudo a gente fazia e com muito prazer”.
O "rádio artesanal"
As dificuldades impostas pela estrutura técnica disponível também são parte das memórias de Tavares. Em uma época, que classifica como mais “artesanal”, apesar das limitações da tecnologia, destaca a maior capacidade de improviso e adaptação.
“O rádio é fantástico. A gente, que começou a participar de um rádio ainda artesanal, sofria muito por falta de gravador, de uma máquina de escrever, uma transmissão esportiva não tinha como saber se a transmissão tinha chegado bem ou não”, recorda Tavares.
Exemplifica com a necessidade de buscar de busca de materiais noticiosos impressos, que vinham de ônibus. “Talvez, o locutor do passado tivesse mais improviso, mais criatividade de por que não tinha essa capacidade da tecnologia”.