Preocupados. Assim estão moradores e comerciantes que possuem imóveis às margens da Rodovia Antonio Heil, na região do Limoeiro, entre Brusque e Itajaí. Tudo por conta da obra de duplicação da via, que já iniciou e pode prejudicá-los.
Nenhum morador e comerciante teria sido notificado sobre desapropriações para a execução da obra. De acordo com o projeto, segundo a assessoria jurídica dos moradores, um espaço de 30 metros terá de ser utilizado para o alargamento da via. Situação que fará com que muitos imóveis sejam desapropriados em sua totalidade.
Mas a preocupação está no fato de que há falta de informações sobre a execução da obra e os impactos dela na vida dos moradores. Principalmente de comerciantes. Não somos contra a duplicação, mas a forma como está sendo tratada essa obra sem conversar com a comunidade. a Associação, assim como alguns empresários, procuraram a SDR, através do secretário Jones Bósio. Nos atendeu uma vez e não pode dar muita informação. Na segunda vez nos mandou falar com o empresário Ingo Fischer. Achamos um descaso, pois a empresa Fischer simplesmente está adiantando um dinheiro de impostos para ajudar na duplicação, Luis Sérgio Tambosi, da Associação de Moradores do Limoeiro.
Por conta do problema, os moradores se reuniram na noite de ontem, segunda-feira (8) para decidir o que fazer. Segundo Tambosi, maquinários deram início à obra sem qualquer comunicado oficial ou notificação aos moradores e comerciantes. Um deles, presente na reunião, disse que o acesso a sua empresa está impossibilitado por conta do inicio dos trabalhos.
A advogada Elidia Tridapalli, que defende os moradores, usou a expressão começar de trás para frente para ilustrar o que estaria ocorrendo com a execução da obra naquele trecho. Segundo ela, o que esta havendo é que o Deinfra, com seu maquinário, teria dado início aos serviços e estariam entrando nos espaços privados sem qualquer notificação.
Da forma como esta sendo executada não está dentro das regras legais. Porque cada morador, comerciante ou posseiro que esta dentro da área que vão ocupar para fazer o alargamento deve ser notificada previamente para não ser tomado de surpresa. Inclusive para medir a extensão de seus lotes para ver se a área de domínio alegada, de fato, é a área de domínio. Para ver se o que a empreiteira esta ocupando para fazer o alargamento não esta entrando na área privada da pessoa. Enfim, todas as negociações amigáveis não estão ocorrendo, declarou ela.
Na semana passada, os moradores fecharam a rodovia e conseguiram fazer com que as máquinas parassem a execução da obra. Agora, eles temem que, qualquer momento, os trabalhos sejam retomados.
O grupo vai ao Ministério Público nesta terça-feira (10) para dar início a um processo para tentar assegurar o acesso a todas as informações e impedir a execução da obra fora da legalidade.
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