Na tarde desta segunda-feira (7), foi realizada a reunião do Conselho Deliberativo da Associação Empresarial de Brusque (ACIBr). O encontro tinha como tema a construção da barragem de Botuverá e contou com a presença do secretário estadual de Defesa Civil, Milton Hobus, do prefeito de Botuverá, José Luiz Colombi, da diretora da Defesa Civil de Brusque, Renate Klein, do diretor-presidente do IBPLAN, Juliano Montibeller e do diretor-presidente do Samae, Roberto Bolognini.
O projeto da barragem de Botuverá propõe o armazenamento de 20 milhões de m³ de água, com altura de 40 metros, profundidade de 16,6 metros e extensão de 3,5 quilômetros. Neste momento, ele aguarda a liberação de licenças ambientais para o lançamento de edital e início das obras, cujo recurso já se encontra disponível em conta do Governo de Santa Catarina.
De acordo com o secretário estadual de Defesa Civil, outras iniciativas também estão sendo desenvolvidas para minimizar os impactos das enchentes, não apenas em Brusque e região, como em todo o Estado. Neste momento, a atenção se direciona a um sistema operacional de controle das bacias, que congrega informações de satélites, dos radares e dos pluviômetros. Assim, será possível determinar em tempo real onde a chuva vai cair, qual horário, quantidade e cota de lugares afetados.
Energia elétrica, abastecimento de água e turismo
O diretor-presidente do Samae, Roberto Bolognini, falou sobre a possibilidade de utilizar a água represada na barragem para o abastecimento dos municípios de Botuverá, Guabiruba, Brusque e Itajaí. Com mais qualidade bruta de captação, reduziriam os custos tratamento e a distribuição aconteceria por gravidade, com tubulação externa margeando o Rio Itajaí-Mirim, em área de preservação permanente.
Já o prefeito de Botuverá, José Luiz Colombi, falou sobre a parceria que mantém com a secretaria estadual de Defesa Civil e do quanto o município tem se esforçado para a viabilidade da obra. “Os proprietários das terras já concordaram com a indenização e não será preciso deslocar nenhuma família do local.
Hoje, Botuverá possui 33% da área de preservação, através de seus parques Municipal, Nacional e da Reserva de Canela Preta. Isso já seria crédito ambiental suficiente para o início das obras. Ainda assim, o impacto da barragem é mínimo e, de acordo com o projeto, só ocorre em tempos de cheias”, observou o prefeito, também destacando a possibilidade de uso da barragem como fonte de energia e mais uma atração turística da cidade.
O diretor do IBPLAN, Juliano Montibeller, lembrou da enchente de 1984 e questionou o secretário estadual de Defesa Civil sobre a contribuição efetiva da barragem. “Podemos esperar dois metros a menos de água, além dos ganhos operacionais, com informações corretas do volume de chuva e quais cotas serão atingidas, para que as pessoas possam se preparar”, respondeu Hobus.
Para o presidente da ACIBr, Halisson Habitzreuter, a reunião foi proveitosa e os empresários saíram contentes ao perceber o comprometimento do secretário com a construção da barragem de Botuverá.