Hospital Azambuja completa 119 nesta terça-feira

O dia 29 de junho de 2021 marca a passagem dos 119 anos de história do Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos Renaux, o Hospital Azambuja, como é conhecido e chamado pela população. Instituição da Igreja Católica, o hospital está situado no bairro Azambuja, famoso por seu Santuário em honra à Nossa Senhora de Caravaggio de Azambuja. No alto de seus 119 anos de trajetória, a estrutura que hoje se remodela e moderniza, mantém ainda sua missão, iniciada lá em 1902, com as Irmãs da Divina Providência, a de estar de portas abertas para todos que ali chegam.
Há frente do hospital há quase 38 anos, Pe. Nélio Roberto Schwanke enaltece todo o trabalho realizado nesses 119 anos de história e os desafios enfrentados pela instituição, que acompanhou o crescimento da cidade e da região. “Estou à frente do Hospital Azambuja há 37 anos e meio, mas ao longo desse tempo, tenho percebido que o hospital sempre se preocupou, dentro das suas possibilidades e também com a ajuda da cidade, do empresariado, das festas e tudo o mais, em prestar o socorro, naquilo que era possível, às pessoas que aqui viessem, independente se eram pobres ou ricas, a dor é que estava em primeiro lugar. Hoje fico contente em olhar para trás e ver que essa é uma marca da nossa instituição”, comenta.
Em 1984, quando assumiu a direção administrativa do Azambuja, Pe. Nélio percebeu uma necessidade premente do município, a instalação de uma Unidade de Terapia Intensiva, até então inexistente. “Às sextas-feiras, Brusque sempre foi campeã de acidentes. E como aqui não havia UTI, nas sextas-feiras começavam as transferências de pacientes para os hospitais de Blumenau, como o Santa Isabel, Santo Antônio e Santa Catarina. Era um fluxo constante de ambulâncias aqui nos fins de semana. Depois, com a UTI instalada, isso foi lentamente diminuindo. Hoje vivemos um mundo muito diferente, com cirurgias mais complexas, a própria UTI maior e mais complexa, e é difícil termos algum doente encaminhado para fora. Só encaminhamos se por aqui não houver a especialidade. Hoje estamos nesse patamar, mas isso caminha muito rápido e não podemos nos acomodar, o hospital precisa estar em evolução constante”, revela.
Envolvimento da sociedade e empresariado
O envolvimento da sociedade e do empresariado sempre estiveram presentes na trajetória do Hospital Azambuja, que realizou e ainda realiza diversas campanhas que auxiliam no custeio da instituição e no avanço de projetos. Além disso, as festas e rifas promovidas pelo Santuário de Azambuja, sempre tinham uma parte revertida ao hospital, isso até o ano de 2019. “Quero dizer com muita alegria que o empresariado sempre colaborou muito com o nosso hospital, sempre olhou para o Azambuja com muito carinho. Sempre fomos bem recebidos e atendidos por todos aqui na cidade. Fizemos muitas campanhas, que começaram, terminaram, e outras que iniciaram. Fizemos uma campanha para reforma da recepção, construção da Hemodinâmica, projeto que chegou a R$ 5 milhões, um valor muito expressivo. E por tudo isso somos muito gratos. Há dois anos o hospital não se beneficia mais das festas de Azambuja, as mesmas são revertidas para o Santuário, que também necessita. Claro que toda ajuda, maior ou menor, é sempre bem-vinda, mas permanecemos sempre trabalhando e buscando recursos para o hospital”, enfatiza Pe. Nélio.
Nas mais de três décadas em que atua no Azambuja, muito o orgulha ver o crescimento do hospital, o comprometimento com a cidade no sentido de ter as melhores equipes médicas e de colaboradores, sempre com o objetivo de bem atender. “Disse outro dia na prefeitura, quando fui assinar o contrato, que acho que nem a chave da porta do Pronto Socorro sabemos onde está, porque ela está aberta dia e noite, todos os dias do ano. É a única porta da cidade que nunca se fecha”, complementa.
Pandemia
Em 2020, o Hospital Azambuja enfrentou a pandemia da Covid-19, doença que ainda aflige todos os países do mundo. O momento desafiador contou com uma resposta rápida do hospital, principal casa de saúde de Brusque e municípios do Vale do Rio Itajaí Mirim. “A pandemia pegou todos de surpresa, mas o hospital teve muita sorte, quando nomeamos Gilberto Bastiani para ser nosso gestor hospitalar. Sou muito grato ao trabalho do Gilberto nesse período de pandemia, sempre muito atento às necessidades do hospital, aos desafios que surgem e posso garantir que tivemos uma resposta rápida e positiva para a sociedade diante disso. O Gilberto é um profissional muito capaz, que já tem uns bons anos de casa, e ao invés de chamarmos alguém de fora, oportunizamos este cargo a ele, que sempre esteve muito atento e pronto a colaborar”, afirma Pe. Nélio.
Neste último ano, o Azambuja instalou 29 leitos de UTI Covid, sendo 22 para atendimento via Sistema Único de Saúde e sete leitos para atendimentos por convênio. Além disso, destinou 70 leitos de internação da clínica médica, para pacientes Covid, em uma área isolada dos demais leitos hospitalares.
Projetos futuros
O gestor hospitalar Gilberto Bastiani ressalta que o principal projeto do Hospital Azambuja atualmente é a construção de uma torre de alta complexidade. O novo espaço contará com cinco andares, que abrigará a UTI Neonatal, cinco novas salas de Centro Cirúrgico, mais 10 leitos de UTI Adulto Geral e ainda uma área com 30 leitos privativos de internação. O objetivo do hospital é iniciar as obras ainda este ano, e os projetos já se encontram em análise junto à Vigilância Sanitária Estadual. “Nosso maior projeto é a torre de alta complexidade, que deve se tornar realidade a médio prazo. Hoje é uma necessidade do hospital, tanto de resolução quanto de incrementos financeiros. Teremos um andar para a UTI Neonatal, cujos equipamentos estamos recebendo, adquiridos através de uma emenda do deputado Serafim Venzon. Construiremos cinco salas de Centro Cirúrgico para atender cirurgias de alta complexidade, inclusive cardíacas e as integraremos com as atuais cinco salas que já temos para procedimentos de média complexidade, espaços que serão totalmente revitalizados. O andar seguinte será destinado para UTI Adulto, com 20 leitos, destes, alguns serão leitos de UTI coronariana, para pacientes cardíacos. E teremos um andar destinado a novos 30 leitos privativos de internação”, comenta.
Além disso, o Azambuja pretende reformar e remodelar seu Centro de Imagens, com aumento da capacidade técnica, das estruturas e modificação de alguns fluxos de entrada dos pacientes. Como também planeja a ampliação de seu Ambulatório para atendimentos particulares e por convênio, com consultórios para novas especialidades.
Outro espaço que já recebe atenção do hospital é a ala de internação. “Vamos reformar todos os quartos do hospital. É um projeto que está em andamento e daremos continuidade”, revela.
Hemodinâmica
Um grande anseio do empresariado brusquense que se uniu ao hospital em uma campanha para instalação da Hemodinâmica no Hospital Azambuja, está prestes a se tornar realidade. O equipamento adquirido com recursos da campanha já chegou ao Brasil, segundo Bastiani, e os atendimentos devem ser iniciados no mês de agosto. A hemodinâmica fará procedimentos não invasivos cardiológicos, vasculares e neurológicos.
De acordo com o gestor hospitalar, o novo setor atenderá primeiramente através de convênios e particulares, sendo que após seis meses de atuação, poderá requerer o credenciamento junto ao Ministério da Saúde para atendimento via Sistema Único de Saúde. “Vamos buscar o credenciamento para hemodinâmica e para as cirurgias cardíacas de alta complexidade. Paralelo a isso já estão tramitando nossos pedidos de credenciamento das cirurgias bariátricas, oncológicas e de ortopedia de alta complexidade”, comenta Bastiani.
Emendas parlamentares
Há três anos o Hospital Azambuja passou a intensificar seus trabalhos em busca de emendas parlamentares junto a deputados e senadores catarinenses. “Temos um setor próprio do hospital que faz todo este trabalho de buscar esses recursos. A administração vai até esses parlamentares, passa as necessidades do hospital, os projetos e novos serviços que se pretende implantar e ali conversamos sobre valores estipulados para a compra de determinados equipamentos, para custeio do hospital e até mesmo para as obras”, explica o gestor hospitalar.
Nesses últimos três anos, a emenda de maior expressão foi do deputado Serafim Venzon, de R$ 2,7 milhões para aquisição dos equipamentos da UTI Neonatal. Neste ano, o Azambuja estima receber emendas de aproximadamente R$ 4 milhões, destinadas ao custeio do hospital. “Nosso maior objetivo é iniciarmos a construção da Torre de Alta Complexidade com esses recursos. Estimamos um investimento em torno de R$ 20 milhões para deixá-la totalmente pronta e equipada”, projeta Bastiani.
Maior empresa de saúde
Hoje o Hospital Azambuja conta com 550 colaboradores e aproximadamente 150 médicos em seu corpo clínico. Desta forma, pode-se dizer que é a maior empresa na área de saúde do município de Brusque. Os desafios são muitos, enfrentados diariamente. “É uma responsabilidade muito grande, pois não são 550 funcionários, são 550 famílias que dependem do hospital. Precisamos sempre proporcionar boas condições de trabalho aos nossos colaboradores e equipes médicas. Somos o principal hospital da região, uma das principais empresas da cidade de Brusque, e temos várias empresas dentro do próprio hospital, pois temos uma cozinha, um laboratório, um Pronto Socorro, uma UTI, um centro cirúrgico, ou seja, são várias empresas, várias funções diferentes dentro do hospital, que precisam ser administradas, acompanhadas, que necessitam da tomada de decisões. Porém, sempre temos o apoio de pessoas de confiança, que fazem o hospital crescer e bem atender”, reforça o gestor hospitalar.