Educação é algo que deve vir de casa
A relação entre estudante e professor vem sofrendo mudanças drásticas nos últimos tempos. E ela é uma transformação que não vem sendo notada como algo bom. Surgem cada vez mais casos de educadores que são agredidos ou sofrem algum tipo de violência por parte de alunos.
Para a psicopedagoga Vilmara Ropelato, tais situações têm sido motivadas pela falta de limites imposta aos jovens em suas ações. Problema que tem suas raízes dentro da própria família do jovem. "A educação está cada vez mais sendo jogada para a escola e tirada da própria família em si", destacou ela em entrevista ao jornalista Valdomiro da Motta, durante o programa Repórter da Cidade desta quarta-feira (25).
Um caso que aconteceu esta semana na cidade de Porto Alegre (RS), levantou novamente a questão. Uma adolescente agrediu sua professora, que acabou indo parar no hospital com graves ferimentos na região do crânio. "Muitos professores têm até medo de chamar a atenção de seus alunos por conta dessa crescente onda de violência nas escolas. Perdeu-se um pouco esse respeito. Hoje, percebemos que muitos pais quando chamados na escola dão a razão ao filho", afirma Vilmara.
A falta de limites imposta aos jovens e crianças ainda em casa também é defendida pelo gerente regional de Educação, Moacir Merízio. Ele também esteve nos estúdios da Rádio Cidade e participou do programa Repórter da Cidade. "Acho que essa falta de limite acontece em casa. Têm famílias que pensam que quem tem que educar é a escola e isso não é verdade. Nossos filhos não são educados apenas com palavras, mas, principalmente, com exemplos", destacou Merízio.
Na avaliação dele, faltam critérios para os pais na hora de chamar a atenção dos filhos. "Eu usaria outra palavra: seria a incompetência de educar o filho. Se ele (o estudante) não tem respeito com o pai, a mãe e os irmãos, vai ter com o professor?", questiona o educador.


