Aprovado financiamento para prolongar a Beira Rio

A Câmara de Vereadores de Brusque realizou sessão extraordinária na tarde desta segunda-feira (20) em que aprovou o projeto que autoriza a prefeitura a adquirir financiamento junto ao Badesc Cidades para o prologamendo da Beira Rio no Bairro Santa Terezinha. O recurso de R$ 4 milhões será empregado nas obras entre as ruas Vendelino Maffezzolli - próximo à ponte do clube Santos Dumond - e Vitório Soares. São cerca de 620 metros na margem direita da avenida. Para a etapa seguinte, da Vitório Soares até a Rua Catarina Staack, com cerca de 570 metros, será preciso pleitear um novo financiamento.
Apreciada durante o recesso parlamentar, a proposta obteve parecer favorável das comissões técnicas da casa legislativa e tramitava em regime de urgência, pois o prazo para envio da documentação necessária termina no próximo dia 31 de julho.
Disponibilizado o dinheiro, a dívida será cobrada com uma taxa de juros de 1,6% ao mês e 5,5% ao ano, acrescida da taxa Selic com prazo de carência de quatro trimestres e amortização em 36 prestações, sendo a última parcela prevista para novembro de 2019.
Financiamento internacional
Líder do governo na Câmara, Alessandro Simas (PR) enalteceu a intermediação realizada pelo ex-secretário de desenvolvimento regional, Jones Bosio, entre o prefeito interino Roberto Prudêncio Neto (PSD) e o presidente do Badesc. Segundo Simas, foi Bosio quem agendou a reunião entre os dois, ocasião em que o Prudêncio apresentou a solicitação de financiamento. “Acreditamos que até o final do ano toda essa documentação fique pronta e provavelmente no início de 2016 o dinheiro esteja na conta do município”, afirmou. Simas considera a taxa de juros do empréstimo baixa se comparada aos percentuais praticados no mercado.
Valmir Ludvig (PT) lembrou que os vereadores de oposição ao governo Paulo Eccel (PT) rejeitaram projeto de financiamento internacional de uma nova ponte no Centro e a construção da primeira etapa de um anel viário que interligaria as rodovias Antônio Heil e Ivo Silveira. Segundo ele, pelo fato de o banco ser na Venezuela, a ideia foi recebida com preconceito. “Ninguém pode afirmar quem será o prefeito daqui a 10, 20 anos. A cidade permanece, nós somos passageiros, por isso devemos buscar fazer política com essa grandeza. Na eleição, discutimos projetos e depois não podemos transformar as ações de governo em um jogo de braço. Votaremos favoravelmente, pois o que votamos deve fazer bem para a cidade”, salientou o petista afirmando ainda ser um equívoco considerar a Beira Rio como a solução para todos os problemas de mobilidade.
Ivan Martins (PSD) respondeu aos comentários e disse que o adversário estava fugindo do tema em pauta. “O vereador Ludvig procura de uma forma maldosa jogar a comunidade contra os vereadores da Casa. Cansamos de levantar a questão não especificamente do banco ser internacional. O que colocamos é que esse empréstimo não contemplava a Beira Rio. No nosso entendimento, não se pode falar em mobilidade urbana sem elencar nas obras apresentadas a continuidade da avenida”, justificou, ressaltando a importância da via também como canal extravasor de águas nas enchentes.
O presidente do Legislativo, Jean Pirola (PP), também contestou as colocações de Ludvig e defendeu a decisão da maioria de votar contra o projeto de empréstimo junto ao CAF. Segundo ele, seriam aplicados R$ 35 milhões na ponte e seus anexos e outros R$ 14 milhões em 4,5Km do anel viário. “Seriam quase R$ 50 milhões. Não votamos contra porque o banco era internacional, mas devido à viabilidade da obra. “Hoje temos que votar um empréstimo que não seria necessário se o ex-prefeito cumprisse com sua palavra e tivesse comprometimento com o município. Ele foi aos jornais, revistas, rádios, conclamar o povo para que fizesse o pagamento do Refis, dizendo que todo o valor seria investido na continuidade da Beira Rio na Santa Terezinha e no Jardim Maluche”, enfatizou o parlamentar.
Relator do projeto na Câmara, Celso Emydio (PSD) disse ser inegável a prioridade de investimentos na Beira Rio e ressaltou a relevância da obra como sistema extravasor e para a melhoria do fluxo viário na região do Santa Terezinha.
Claudemir Duarte (PT), o Tuta, concordou que a iniciativa trará benefícios à cidade, especialmente aos que trafegam pela região que compreende Santa Terezinha, Santa Rita e Limeira, na qual o fluxo de veículos é intenso em determinados horários devido à localização da Unifebe.
Por fim, o projeto foi aprovado por unanimidade.
Crédito suplementar para o Samae
Em seguida, os vereadores também votaram em discussão e votação única o PL 65/2015, que autoriza a abertura de crédito suplementar, no valor de R$ 680 mil, no orçamento do Samae.