Trabalhadores exigem definições sobre processo de falência

Luiz Alberto Tottene trabalhou por 41 anos para a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux. Agora, no momento de ter o reconhecimento mínimo pelo tempo que dedicou à produção, perde o sono. Enfrenta dificuldades. Ele é um dos 600 trabalhadores que hoje estão na mesma situação: sem ver a cor do dinheiro a que têm direito.

Tottene tem uma filha com problemas de saúde que o obrigam a ir a Curitiba pelo menos três vezes ao ano. Ele tem que arcar com todas as despesas, que não são poucas. Enquanto isso, o dinheiro que deveria ser usado para acertar a sua rescisão está lá, parado, sem uma definição sobre o que fazer com ele. “Acho que a Justiça deveria se sensibilizar e pelo menos apresentar um resultado mais convincente. Nós temos muitas contas a pagar, precisamos de uma posição mais concreta porque vamos todos os dias dormir pensando nesse dinheiro a que temos direito”, lamenta. “Tem pessoas que trabalharam mais de 50 anos nessa fábrica. Será que não poderiam liberar pelo menos um pouco do que está lá parado, ganhando juros e nós no zero? É um direito do trabalhador. Alguns estão desesperados”, completa.

Essa mesma angústia é compartilhada por Rogério de Modesti, ex-gerente de tecelagem da fábrica. Ele e seus colegas questionam o silêncio em torno de uma causa que envolve tanta gente, já que, segundo ele, até agora não foi apresentado um extrato ou qualquer outro documento atestando que esse dinheiro realmente existe o que será feito com ele. As informações são todas extraoficiais.

“Temos muitas informações desencontradas. O pessoal está esperando que esse dinheiro chegue o mais rápido possível, mas sabemos que a Justiça demora. Porém, se não nos movimentarmos e a sociedade não souber o que estamos passando, muitos com problemas de saúde, precisando desse dinheiro, não teremos uma resposta tão cedo”, analisa.

Muitas dúvidas, muitas dívidas

As dívidas deixadas pela Fábrica de Tecidos Renaux são próximas dos R$ 300 milhões. A parte dos trabalhadores é apenas uma fatia desse bolo. O dinheiro que seria usado para esses pagamentos está em uma conta administrada pela Justiça.

As demissões começaram em 2011 até que, em 2013, a fábrica fechou definitivamente. Além do próprio salário, os trabalhadores também ficaram sem receber FGTS e as verbas rescisórias. Tudo isso sem contar contas de água, luz, telefone, fornecedores e vários eteceteras.

É isso que está afligindo os trabalhadores, já que os credores são inúmeros. “Pela lei, o trabalhador é o primeiro a receber, mas estamos preocupados em saber quem vai receber primeiro: se somos nós ou os credores que também estão pleiteando na Justiça”, desabafa Modesti. “Vivemos uma intranquilidade. Acho que a Justiça deveria se posicionar oficialmente para que saibamos o que realmente está acontecendo”.

Modesti relata que muitos de seus colegas vivem sob pressão psicológica desde a demissão. “Temos relatos de alguns com problemas no coração ou com câncer, precisando de uma definição. Afinal, os trabalhadores terão prioridade?”, questiona.

Comissão de trabalhadores

O presidente do Sindicato dos Mestres e Contramestres nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de Brusque (Sindmestre), Valdírio Vanolli, afirma que todos sabem que um processo de falência é demorado, porém, considera-se que houve negligência por parte dos proprietários da Fábrica de Tecidos Renaux. “Tem gente que se dedicou 30, 40, 50 anos e saiu sem receber um centavo. Simplesmente foram demitidos como bichos e a gente vê os ex-patrões numa boa. Não fizeram nenhum esforço para que a empresa não falisse e não prestam contas. Os trabalhadores ficam a ver navios”, diz.

Vanolli explica que o processo de falência da empresa foi programado. “Ela não aconteceu de uma hora para outra. O que os trabalhadores estão exigindo é mais transparência nas causas. Por que não investigar a vida desses empresários que deixaram a fábrica falir e os trabalhadores a ver navios?”, pergunta.

Segundo ele, o próprio patrimônio da fábrica está sofrendo depredação e isso precisa ser mostrado a fim de que se tenha mais agilidade no processo. Nos próximos dias, uma comissão formada por representantes dos trabalhadores, através da assessoria jurídica do Sindmestre, deverá procurar o gabinete da  juíza responsável pelo caso, Clarice Ana Lanzarini, a fim de marcar uma audiência e obter algum posicionamento oficial sobre o caso.

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