Defasagem de efetivo da PM é de pelo menos 50 policiais

Os resultados expressivos no combate à criminalidade em Brusque, em especial no decorrer desta semana, não podem esconder uma realidade preocupante que é a deficiência de efetivo no 18º Batalhão da Polícia Militar. O comandante, tenente-coronel Moacir Gomes, concedeu uma entrevista exclusiva à Rádio Cidade para avaliar o atual momento da segurança pública no município e mostrou grande preocupação com o número de policiais que estão disponíveis na unidade.
A semana começou com a prisão de um acusado de roubo que manteve uma menina de 10 anos e seu pai como reféns, agindo com muita violência. No desfecho da ação, o marginal foi baleado e preso. Um grande número de populares aplaudiu a ação da PM. Para o comandante, o êxito demonstra que a instituição está no caminho certo, tendo em vista a responsabilidade perante a segurança pública sob o fundamento da preservação da ordem.
Mas, segundo ele, ao mesmo tempo em que esses êxitos acontecem, com apoio e credibilidade da comunidade, também deixam o comando preocupado. “Sabemos que a incidência de delitos e crimes teve um aumento proporcional ao aumento da população e do crescimento econômico de Brusque. Assim como vêm pessoas boas, vêm pessoas de má índole”, analisa. De acordo com Gomes, a maioria dos criminosos são de municípios circunvizinhos a Brusque.
Apesar do combate diuturno da criminalidade, o tenente-coronel alerta que o tamanho do efetivo do 18º Batalhão não é condizente com o tamanho e a força econômica da cidade. “Eu venho alertando todas as autoridades do município, os políticos, enfim, a sociedade organizada, que precisamos de maneira urgente combater esse problema histórico que é a falta de efetivo”, enfatizou, lembrando que os policiais militares brusquenses são comprometidos, compromissados e primorosos no trabalho, focados no bem estar da comunidade, mas não podem fazer tudo sozinhos.
O comandante da PM disse que o policial tem um limite prudencial para atuar. Além disso, a PM de Brusque poderia focar muito mais na prevenção caso tivesse o número mínimo ideal de efetivo, que exigiria, hoje, a vinda de 50 novos policiais para o batalhão. O mínimo necessário seria de um policial para cada mil habitantes. Brusque tem hoje aproximadamente 120 mil pessoas e 96 policiais no batalhão. Isso daria uma média de um PM para cada 1.250 pessoas se todos estivessem nas ruas. No entanto, boa parte atua na parte administrativa ou está de férias ou de licença, o que dificulta ainda mais as escalas e sobrecarrega os que estão disponíveis.
O comando do 18º BPM tem cobrado a vinda de mais policiais para Brusque, mas ele pede que a sociedade cobre dos políticos que foram eleitos para representá-los, em especial os vereadores e deputados, para que se empenhem enquanto é tempo, evitando que a criminalidade atinja índices preocupantes como vem ocorrendo em outras cidades catarinenses. É importante também que os clubes de serviço e as entidades classistas possam se mobilizar e cobrar do Governo do Estado a vinda de mais policiais, sob risco da população sofrer as consequências num futuro próximo.