O presidente da AmpeBr, Ademir José Jorge, e a presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Brusque e Região (Sindivest) Rita de Cássia Conti, estiveram reunidos no último dia 28 de junho, para discutir ações e parcerias conjuntas entre as entidades com o objetivo de conquistar melhorias e fortalecer o setor vestuarista e de confecção na região.

Um dos temas abordados na oportunidade foi referente ao Programa de Certificação de Fornecedores da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX). A Certificação é realizada através de auditorias e busca conceder o Selo ABVTEX às empresas fornecedoras e subcontratadas, viabilizando o fornecimento de mercadorias aos varejistas associados à ABVTEX. Entretanto, o Programa de Certificação, na visão das empresas fornecedoras e subcontratadas, necessita de ajustes. Com isso, nos últimos anos tem sido realizado no país, e em Santa Catarina, um movimento com várias entidades do setor, como a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT),  AmpeBr, Sindivest, e diversas outras entidades, que buscam melhorias na Certificação da ABVTEX e em todo o segmento.

Desde 2015 a AmpeBr integra o Comitê de Produtores de Vestuário da ABIT formado pela própria ABIT, por representantes sindicais, entidades de classes, empresários e profissionais da área, como o Sindivest, e que realiza reuniões bimestrais na sede da Associação na cidade de São Paulo. Este comitê busca promover a competitividade do setor de vestuário, visando o incentivo dos negócios por meio da integração da cadeia da moda bem como propor ajustes no Programa de Certificação ABVTEX. “Santa Catarina tem um polo muito forte no segmento, mas com uma realidade que não pode ser comparada a outras regiões, como a São Paulo e demais estados, que já tiveram registros de trabalhos escravos, clandestinos, enfim. Ou seja, não podemos ser tratados da mesma forma”, comentou Rita.

Ao longo do encontro, a presidente do Sindivest falou também do trabalho que tem sido realizado pela Comissão Multissindical de Normas de Santa Catarina, formada por representantes de oito entidades patronais do setor do Estado e que busca discutir questões relativas às auditorias da ABVTEX em Santa Catarina e que também realiza reuniões bimestrais. Os pleitos são, então, encaminhados ao Comitê de Produtores de Vestuário da ABIT e a própria ABVTEX. O objetivo do grupo é destacar os interesses e a realidade das empresas fornecedoras e subcontratadas sediadas em Santa Catarina. “Estamos apurando esses fatos para comprovar que a nossa realidade é outra, nosso Estado é de um povo trabalhador, que quer crescer, o nosso foco é confecção, temos esse talento por aqui e criamos essa Comissão para rever e estudar o que essas auditorias fazem, em especial a ABVTEX. No segundo semestre devemos promover um evento em nossa região, para conversarmos diretamente sobre esse assunto”, completou a presidente do Sindivest.

Sobre o assunto, o presidente da AmpeBr reforçou o trabalho que a entidade tem desenvolvido nos últimos anos em prol das micro e pequenas empresas do setor, que a partir de agora se fortalecer ainda mais. “A AmpeBr tem participado das reuniões da ABIT e com essa proximidade com o Sindivest estamos ainda mais preparados para ampararmos nossos associados que vendem para as magazines e precisam dessas certificações. E isso prova como estamos lutando, sempre em prol dos nossos associados e das empresas do segmento na nossa região”, reforçou Ademir.

União de forças

Ao longo do encontro, o presidente da AmpeBr recebeu da presidente do Sindivest um ofício, de iniciativa do sindicato, que se manifesta contra  o Projeto de Lei 2.902/2015, de autoria da deputada Soraya Santos (PMDB – RJ), que versa acerca da padronização do tamanho das peças do vestuário, votado no último dia 3 de maio na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (CDEICS) da Câmara dos Deputados. O pleito já tem o apoio da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), e o Sindivest solicitou à AmpeBr apoio também na luta contra o projeto. “Entendemos que essa discussão referente à padronização pode até haver, mas com as indústrias, não dessa forma. Se aprovado, ele trará enorme impacto negativo à indústria de confecção brasileira e, inclusive, para os consumidores brasileiros. Temos tecidos diferenciados cada vez mais no mercado e fazer uma padronização disso oneraria muito, sem contar que esse tipo de padronização, a nível internacional não existe”, ressaltou Rita.

Além de dar apoio à iniciativa, a AmpeBr também se comprometeu a entregar o ofício à Federação das Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (Fampesc), e solicitar apoio na defesa do pleito, contra o projeto de lei. “Não queremos que isso venha dos políticos, mas sim seja discutido conosco, que atuamos na área. Que seja discutido com a ABIT e demais envolvidos. Vamos levar à Fampesc para que isso ganhe ainda mais força”, declarou Ademir.

Demais assuntos em comum entre as entidades também foram abordados na oportunidade. Para ambos os presidentes, a reunião foi muito válida e irá fortalecer ainda mais a luta em prol dos setores de confecção e vestuário em Brusque e região. “Essa união é muito importante, em especial por serem duas entidades tão fortes. Há tempo construímos esse associativismo, que está se fortalecendo cada vez mais e só vai melhorar e contribuir para o crescimento dos empresários e empreendedores do setor”, completou Rita.

Participaram ainda do encontro os diretores da AmpeBr Francisco Carlos Lussolli; Carlos Alberto Grão Velloso; e o advogado e consultor jurídico da AmpeBr, Luiz Henrique Eccel, que tem acompanhado as reuniões do Comitê de Produtores de Vestuário da ABIT e da Comissão Multissindical de Normas de Santa Catarina, representado a AmpeBr nos encontros.