A arte de realizar e criar desejos nos outros

Dizem que a propaganda é a alma do negócio. E não é por menos que as grandes empresas pagam milhões por segundos na televisão. Há também as difundidas no rádio, as que estampam os jornais e revistas e todas elas têm um bem comum: alcançar o público de maneira positiva, influenciando na compra do produto. Para isso, é preciso muito criatividade, característica fundamental para um estudante de publicidade e propaganda.
João Vitor Shaadt (19), que cursa, ainda, o primeiro período, já trabalha em um departamento de marketing há dois anos, antes mesmo de iniciar o curso. Ele escolheu a publicidade porque percebeu, no decorrer do ensino médio, que foi amor à primeira vista. Para ele, o processo criativo é algo muito particular, cada um busca isso em lugares diferentes, mas a música é a sua grande inspiração. Eu procuro me inspirar nas músicas. Tem gente que busca isso nas paisagens. Publicidade para mim é fazer, valorizar e repassar tudo que a empresa quer e da forma que seu produto seja mostrado.
Ele aponta o Banco Itaú como um bom exemplo de propaganda. As cores alaranjada e azul são inconscientemente associadas ao banco. Eles foram muito felizes nesse investimento. Quando vemos uma propaganda deles já associamos ao banco.
O colega do quinto período Douglas Tedesco (24), repórter e redator há quatro anos de uma rádio em Tijucas, diz que a comunicação está na sua vida desde muito cedo. Desde criança eu tenho muito contato com a comunicação. O meu primeiro emprego, aos quinze anos, foi com comunicação. Já tentei atuar em outras áreas da comunicação, mas na parte de curso superior escolhi a publicidade porque ela é mais abrangente, te dá a oportunidade de ousar e ser um pouco mais criativo.
Já para caracterizar um exemplo mal sucedido de propaganda, Douglas aponta o Guaraná Doli. Bastante conhecido na televisão. Tanto que não vemos em todos os canais. Eles tentaram fazer um dingle que pegasse, que as pessoas saíssem cantando e vissem, de uma forma positiva, um companheiro. No entanto, o brasileiro levou de maneira negativa e faz piada da marca.
Segundo Douglas, os autores explicam que publicidade é toda a divulgação de uma empresa, de uma marca e de uma ideia que se paga. No entanto, ele acredita haver outras maneiras de propagar. Não só pagando e aparecendo numa televisão ou num jornal. A publicidade, para mim, é você conseguir divulgar sua ideia, marca ou serviço seja nos meios tradicionais ou em uma mídia alternativa. Como um desfile de moda e até mesmo uma pessoa. Por que uma pessoa em si não pode ser um veículo de comunicação para a publicidade?
A empresária Aline Santos, dona de uma agência, garante que, hoje, a boa publicidade é aquela que interage de forma direta com o público, fazendo ele ter sensações. Como foi o caso de uma campanha da Kibom. Você chegava para comprar um sorvete e ele já estava pago por alguém. Aí você sente a alegria. E então ela te convida para deixar o próximo sorvete pago. A maioria das pessoas pagava.
Para ela, apesar de haver muito campo para trabalho, ainda é uma profissão desvalorizada em Brusque. As pessoas pensam que fazendo um cursinho já podem estar trabalhando com isso e acabam não se especializando. Então a gente sempre pensa em se especializar o máximo para o futuro, sempre pensando grande. Vejo como desvantagem essa desvalorização do mercado.
João quer no futuro ter sua própria agência. Douglas quer trabalhar com consultoria de comunicação. Os dois seguem na universidade para alcançar o sonho de se tornar um publicitário. Aline já passou dessa fase, mas garante que ainda há muito para realizar.
Nós temos um longo caminho pela frente, porque somos novos. Mas, muitas vezes, a gente chega em casa e pensa: poxa, hoje foi um dia produtivo, hoje estou feliz com o que estamos realizando para os nossos clientes. É um tipo de trabalho que tu realiza o desejo dos outros e cria desejo para as pessoas. Então, é muito legal isso, finaliza.