Valmor Ferrari (46), o motorista que atropelou seu próprio irmão na noite deste sábado (28), causando a morte de Aristides Ferrari (49), falou com exclusividade para a reportagem da Rádio Cidade dando sua versão sobre o ocorrido. Com a fala desconexa e com forte odor etílico ele confirmou que estavam bebendo antes do acidente que ocorreu na na Rua Sebastião Venâncio Fóster, no bairro Nova Brasília, em Brusque.

O motorista, que confirmou não possuir CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e estava com ligação direta na ignição, disse que veio de Tijucas para Brusque para visitar a família e que chegou por volta das 13h de ontem na cidade. Foram a um sítio onde compraram um porco e também bebida alcoólica (ele afirma que era cerveja). A intenção, segundo Valmor, era seguir durante á noite reunido com os familiares, comemorando o reencontro.

Como ele tinha deixado seu VW Gol, de cor branca, estacionado na rua Demétrio José Pacheco, a mesma onde a família se reunia, mas no meio do morro, decidiu ir com o irmão Aristides trazer o veículo para mais perto. Valmor entrou no automóvel e seu irmão ficou poucos metros abaixo. O motorista disse que assim que pisou na embreagem o veículo desceu muito rápido, de ré e quando ele percebeu, já tinha atropelado seu irmão mais velho.

Valmor relatou ainda que desceu do Gol e viu que seu irmão estava debaixo do veículo. Ele retomou então a direção arrancando com o veículo até a casa dos familiares, que fica a cerca de 100 metros do local, anunciando aos parentes o ocorrido. Ele disse que já tinha bebido “umas cinco cervejas” pouco antes do ocorrido.

O motorista relata que eram sete irmãos na família e que até sábado já tinham morrido quatro, Agora, ele diz que vai pagar pelo que fez, mas garantiu que não tinha dinheiro sequer para pagar uma fiança, caso fosse exigido. “Eu morri junto com meu irmão. Nunca mais, a partir de hoje, quero beber”, afirmou Valmor enquanto aguardava para ser autuado em flagrante na delegacia de Brusque.

Aristides Ferrari, que trabalhava em uma estamparia, está sendo velado na Capela Mortuária do bairro Santa Terezinha e o sepultamento está marcado para este domingo (1º), as 16h, no cemitério do próprio bairro.