A proposta de Reforma da Previdência, também chamada de Nova Previdência pelo governo federal, já está no Congresso Nacional e deve ser levada à votação em breve. Porém, ela traz algumas mudanças drásticas e que precisam ser conhecidas de perto pelo cidadão.
A afirmação é da advogada Lucimara Rosa Gimenez. Ela foi a entrevistada desta sexta-feira (15) do programa Rádio Revista Cidade, da Rádio Cidade. Assunto que vem sendo alvo de muitas dúvidas devido à complexidade das mudanças apresentadas no sistema de Previdência Social pelo governo.
“É uma reforma muito severa! Do ponto de vista social. Não estamos aqui enfocando, de nenhuma maneira, o lado político. Até porque a reforma é necessária. Hoje, estamos envelhecendo rapidamente, temos pouca densidade populacional, menos filhos. Obviamente, temos poucas pessoas para, futuramente, pagar as próximas aposentadorias”, pontua ela.
Segundo a advogada, um dos segmentos que sofrerá impacto direto é dos que atuam em atividades de risco à vida e à saúde. São as chamadas aposentadorias especiais. Ela integra, entre outros, trabalhadores de áreas que envolvem contato com produtos inflamáveis, explosivos, expostos à redes de alta tensão elétrica e segurança patrimonial.
“Nós temos que qualificar o trabalhador. Hoje, um trabalhador em serviço administrativo tem uma expectativa de vida. Já um trabalhador de uma mineradora tem outra expectativa de vida. Não posso passar a [égua e generalizar, com todos sendo calculados no mesmo bolo”, frisa ela.
O servidor público também está enquadrado nos mais afetados pela reforma. Segundo a advogada, haverá aumento do tempo de permanência no serviço público e diminui o ganho final. Além disso, haverá limite de idade e o valor do benefício ao final será bem menor do que existe hoje.
“Hoje, temos entre 9% e 11% de contribuição, na alíquota máxima, e vai pular para 14% nessa reforma que ele (governo) está propondo”.
Para a advogada, as atuais regras propostas farão que haja, em alguns anos, uma sociedade de velhos miseráveis.