No próximo dia 25 de abril, às 19 horas, no Museu Casa de Brusque, acontece a cerimônia de abertura da Exposição comemorativa ao bicentenário de nascimento do Conselheiro Francisco Carlos de Araújo Brusque (1822-2022). A exposição irá apresentar fotografias, objetos pessoais, documentos, uma linha do tempo com datas importantes sobre sua trajetória, legado político e para a colonização europeia. A exposição estará aberta ao público de 26 de maio a 31 de agosto. 

Na segunda metade do século XIX, o Governo Imperial promoveu um movimento de colonização. “A partir dele, foi criado um novo núcleo colonial nos limites da antiga colônia do Santíssimo Sacramento, localizado na margem esquerda do rio Itajaí-Mirim, em uma área de quatro léguas quadradas”, afirma a pesquisadora Julie Francine Ricardo. No dia 24 de julho de 1860, o presidente da Província, Francisco Carlos de Araújo Brusque, a bordo da embarcação Belmonte, da Marinha de Guerra do Império do Brasil, acompanhou pessoalmente 55 imigrantes alemães, originários de Baden, Oldenburg e Holstein, numa viagem da capital, Nossa Senhora do Desterro, até o porto de Itajaí.

“Nesta mesma embarcação, estava o barão Maximilian von Schneeburg, futuro diretor da colônia. Antigo oficial da cavalaria austríaca e com várias honrarias do governo, foi Schneeburg que sugeriu que o núcleo fosse denominado Brusque”, ressalta Ricardo. Francisco Carlos de Araújo Brusque não concorda com a ideia. A negativa, contudo, não impediu Schneeburg de grafar “Itajahy-Brusque” ou apenas “Brusque” no período de sete anos de sua administração da colônia. O ato de acompanhar os colonos, ainda, teria sido visto com bons olhos, o que contribuiu para que a região ficasse conhecida como Brusque. Oficialmente, o nome foi estabelecido apenas no ano de 1890, pelo primeiro governador de Santa Catarina, Lauro Severiano Müller.

“Com antecedentes próximos da Família Real, o conselheiro Francisco Carlos de Araújo Brusque acumulou experiência política e militar ao longo da vida com sucessivos mandatos como deputado nas Assembleias Provincial e Geral, Auditor de Guerra, Ministro e Secretário dos Negócios da Marinha. Por duas vezes foi Presidente de Províncias”, explica a coordenadora e historiadora do Museu Casa de Brusque Luciana Pasa Tomasi. 

Araújo Brusque investiu na proposta de compreender as regiões de Santa Catarina e Pará (Norte do país) a partir de suas especificidades, como clima, recursos naturais e cultura. “Em 1860, promover a colonização europeia se constituiu para ele como uma das principais preocupações, resultando na criação de três núcleos coloniais em nosso estado: Itajahy-Brusque, Angelina e a antiga Teresópolis, hoje constituída pelos municípios de Águas Mornas e São Bonifácio”, comenta Tomasi. 

Apesar de deixar a política para se dedicar à advocacia nos últimos anos de vida, o legado de Araújo Brusque continua vivo na cidade que leva o seu nome.

A exposição está sendo viabilizada por meio do Projeto do Plano Anual de Atividades 2022 (PRONAC 210958), aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura, com recursos destinados pelas empresas locais Supermercados Archer, Florisa Tinturaria, Irmãos Hort, Havan, Zen S.A. e ZM S.A. a partir da dedução do Imposto de Renda.

Acesse mais informações sobre o conselheiro Francisco Carlos de Araújo Brusque: https://www.casadebrusque.com/download/