Quando Vanessa de Souza (18) chegou ao hospital de Azambuja para dar à luz o seu primeiro filho, não imaginava o martírio que teria pela frente. Além da espera de nove meses, chegando ao hospital a moça foi surpreendida com a notícia de que não havia obstetra para atendê-la. Segundo o chefe de socorro dos Bombeiros, sargento Vanderlei, a jovem estava na eminência de parir e uma parteira do hospital decidiu acionar os socorristas logo que a bolsa estourou.

Avisados da ausência de médico especialista, o casal acabou atendendo à sugestões de populares e decidiu buscar ajuda no Hospital de Dom Joaquim. No entanto, aquela casa de saúde não abre aos domingos, apesar de também atender aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Uma ambulância dos Bombeiros foi ao hospital para, se necessário, fazer o parto da criança. Uma viatura da PM também esteve no hospital com a orientação do comando de verificar se o que estava ocorrendo caracterizaria omissão de socorro. Na chegada dos militares, Vanessa estava deitada num sofá na recepção da emergência e sendo amparada por duas senhoras. Certo tempo depois, apareceram o diretor clínico Antônio Pussi, que fez o parto, e o pediatra Celso Emídio, que atendeu o menino. A criança e a mãe passam bem.

A escala de plantão dos obstetras estava em branco. Ou seja, não havia médico para atender às parturientes. O profissional que estaria de sobreaviso não atendeu aos chamados da emergência. A informação passada nos corredores do Hospital de Azambuja é que a partir deste domingo (13) os serviços de obstetrícia estão suspensos.

A orientação passada às pacientes em trabalho de parto, inclusive as levadas pelo Samu, é para que procurem outro hospital. A informação foi confirmada pela Central Reguladora do Samu, em Balneário Camboriú, às 23h25min deste domingo (13). Segundo o médico responsável pela Central do Samu, o médicos obstetras e pediatras do Azambuja teriam se demitido.

Caberá ao hospital avaliar cada caso e remanejar as parturientes a outras casas de saúde, se for necessário.