Os números do caótico trânsito de Brusque
Muito se fala da impunidade diante das leis de trânsito, que diariamente são desafiadas pela imprudência gerando uma criminosa destruição de vidas. Em Brusque, os detalhes refletem o porquê de tantos acidentes, possibilitando procedimentos que minimizem o assustador número de ocorrências atendidas pelas forças da segurança pública. De acordo com um levantamento feito pela Delegacia Regional de Polícia Civil, órgão responsável pela imposição das penalidades geradas por infrações de trânsito, o número de ocorrências reflete o caos vivido diariamente na malha viária do município.
Apenas em 2007 foram registradas mais de 270 notificações. Todas entraram na pauta de julgamento inicial, onde cabe recurso para o condutor acusado. No ano passado, devido às dificuldades administrativas - principalmente pela falta de profissionais, não foi possível abrir processos e julgar a maioria das infrações. No inicio de 2008, o problema foi resolvido e a prioridade foi atualizar dados e destrinchar os processos.
De acordo com informações fornecidas à Reportagem Cidade, 140 processos administrativos foram colocados para futuras aplicações. Destes, 60 já foram julgados, sendo que 80% envolvem infrações sobre o artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro, que é dirigir sob o efeito de álcool ou entorpecentes. Para estes casos, a pena mínima aplicada é o imediato recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), por no mínimo 120 dias. O acusado ainda é obrigado a se submeter a uma reciclagem nos centros de formação de condutores.
O Artigo 306, que se refere a embriaguez no volante, é um dos aspectos que mais chama atenção. Somente em 2007 foram aplicadas 296 notificações. De janeiro até o inicio do mês de maio, três CNHs foram recolhidas e 108 infrações foram confirmadas. A maioria dos casos de embriagues ao volante envolve motociclistas, que também se destacam por outras infrações.
Neste ano já foram aplicadas 91 multas para motociclistas acusados de manobras perigosas. Outras 63 notificações foram para motociclistas que transitavam usando capacetes sem viseira.



