O secretário municipal de Educação de Brusque, José Zancanaro, soltou o verbo contra a igreja católica na paróquia do Bairro Batêas. O motivo é que o contrato para uso do espaço em que está situada a creche naquela comunidade pode não ser prorrogado por decisão da própria igreja. Zancanaro foi o entrevistado desta quarta-feira (4) no programa Rádio Revista Cidade.
Segundo ele, a comunidade brigou muito para ter a unidade infantil e a igreja não quer mais relocar o espaço para creche. “A Prefeitura fez investimentos, botou piso, ar condicionado, fez banheiros. A Prefeitura deveria pagar a luz e água para não ter despesa. Além da água, a igreja cobra R$ 2.300 de aluguel e, para mim, isso é um absurdo. Além de pagar os R$ 2.300 não quer prorrogar o contrato. A igreja é da comunidade. Todas as igrejas têm salões, espaços ociosos e não poderiam atender a comunidade?”, questiona ele.
O secretário afirmou que teve conversas com a direção da paróquia e que vai tomar medidas drásticas para evitar o fechamento da unidade. “Se for necessário vou chamar a imprensa, porque a igreja está virando as costas para a comunidade. Até não deveria ser pago aluguel. Mesmo assim a Prefeitura está pagando R$ 2.300 e não querem prorrogar o contrato”.
Entre os assuntos abordados na entrevista estavam ainda transporte escolar, vagas na educação infantil e calendário na rede municipal de ensino em 2017.
Zancanaro disse que o setor da educação está enfrentando dois problemas neste início de ano por conta do não pagamento de fornecedores pelo governo Bóca Cunha no final de 2016. Um deles trata da merenda escolar. Uma empresa venceu o processo de licitação em novembro último, fez a entrega dos mantimentos, mas não recebeu nenhum pagamento. De acordo com o secretário, diariamente são preparadas em torno de 20 mil refeições aos estudantes da rede municipal, o que dá algo em torno de quatro milhões por ano, considerando o calendário de 200 dias letivos.
O outro problema está no transporte escolar. Embora os ônibus utilizados para levar as crianças estejam em funcionamento, a Prefeitura, também na gestão de Cunha, não efetuou o pagamento da oficina que responde pelo conserto da frota. São vários empenhos com valores que variam entre R$ 240 e R$ 550 e que não foram pagos. Ou seja, caso algum deles de problema, corre-se o risco de ficar sem a manutenção.
Por fim, o secretário informou que no dia 16 de janeiro começa o período de plantão da de infantil, em que as creches do município receberão as crianças. O ano letivo nas demais escolas inicia em fevereiro.



