Dos furtos de grande vulto aos menores, o número de ocorrências geradas na Polícia Militar, através do telefone de emergência 190, por esse crime aumentou em 196% em apenas um ano em Brusque. O levantamento mostra o número de furtos, quando o ladrão não tem contato com a vítima, de janeiro a julho de 2015, comparado ao mesmo período de 2016.
De acordo com o comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Brusque, tenente-coronel Moacir Gomes Ribeiro, a impunidade é uma das principais causas para o crescimento dessa infração penal. “A nossa legislação até estimula às vezes, porque favorece a impunidade, principalmente com relação aos furtos”, comenta. “O nosso sistema penitenciário, em que a ressocialização é ineficaz ou quase nula”, completa.
Além disso, ele também cita outros problemas, como o número de vagas na Unidade Prisional Avançada (UPA) da cidade; a falta de um albergue para os condenados do semiaberto e a ausência de um local para menores infratores. “Só aí eu elenquei vários fatores que fazem com que a geração de violência aumente”, avalia Gomes.
Outras dificuldades que contribuem para o aumento da criminalidade são o papel da família na construção do caráter, o tráfico e consumo de drogas, o número populacional de uma cidade e, especificamente, a falta de efetivo nos órgãos de segurança pública, principalmente nas polícias Civil e Militar. “No município, em termos de recursos humanos, ela vem decaindo a cada ano, isso a gente tem colocado na imprensa, a necessidade de a gente aumentar o nosso efetivo, que não vem ocorrendo como deveria”, lamenta o comandante. “Não tem como abranger todo o território brusquense com o número do efetivo que nós temos hoje”, acrescenta.
NÚMEROS
Em 2015, no período de sete meses, o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) havia gerado 122 furtos, desde os de celular a furtos a bancos. Neste ano, até 31 de julho, já são 322 somados. A pesquisa também mostra cinco bairros em que mais ocorre o crime: Centro, de 54 para 82; Santa Terezinha, 10 contra 26; Azambuja, de oito para 15; São Luiz, com oito contra 10; e Santa Rita, de oito para 10 furtos gerados.
Os bairros em que mais acontecem roubos, que será mostrado em outra notícia, são quase que sempre os mesmos dos furtos. “Eu diria até um pouco mais, são os mesmos bairros, e quase sempre os mesmos agentes (criminosos)”, dispara. Para Gomes, isso caracteriza que a legislação não é rigorosa o bastante para esse tipo de infração.
*A estatística não leva em conta os registros feitos pela Polícia Civil, por meio de boletim de ocorrência, e nem os casos que não são de conhecimento da PM.
*Nesta sexta-feira (19), a Rádio Cidade também disponibilizará a informação sobre número de roubos, que também aumentou, além de homicídios e latrocínios, que diminuíram no município neste ano.



