Criação do Cerest em Brusque começa a avançar

As tratativas para a criação de um Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) em Brusque começam a avançar. Na semana passada, o assunto foi o tema principal de uma reunião entre o Fórum Sindical de Trabalhadores de Brusque e região e a secretária municipal da Saúde de Brusque, Ana Beatriz Baron Ludvig. No encontro, que é realizado a cada dois meses entre a secretária e os sindicalistas, definiu-se os primeiros passos para a implantação do órgão no município.
O primeiro passo para isto será iniciar uma discussão junto à sociedade sobre a necessidade de se tratar as questões de saúde do trabalhador. A idéia é levar tal debate para dentro do Conselho Municipal da Saúde (Comusa). A partir daí, afirma a secretária, pode-se se buscar meios e formas de se estruturar o órgão. A Criação de uma comissão no Comusa vai ajudar a discutir questões relacionadas a saúde do trabalhador. Temos que pensar esse assunto sim e, dessa forma, vamos construir maneiras. Até mesmo com a criação do Cerest ou outros meios, disse Ana Ludvig.
A ausência de dados estatísticos sobre doenças causadas pelo trabalho é um problema que enfrentam as entidades sindicais e os trabalhadores. Conforme apuraram representantes dos sindicatos e da própria secretaria de Saúde, os arquivos do INSS e outros do Sistema único de Saúde (SUS) não apontam a existência de casos de doenças desta natureza na cidade. O que contrasta com a realidade vivida de perto pelas entidades representativas dos trabalhadores.
O Cerest é um órgão que tem por missão atuar na prevenção, controle e prevenção de problemas relacionados à saúde e segurança de trabalhadores, atacando problemas como mortes, acidentes e doenças causadas pelo trabalho. Atualmente, quem atende a cidade e região de Brusque é o Cerest de Blumenau, que responde, ainda, por outros 52 municípios. Algo que inviabiliza a atenção e atuação necessária que seria ideal, defendem os sindicalistas.
Já viemos tratando desse assunto há muito tempo e agora parece que está se encaminhando. Temos esperança que logo se instale na cidade o Cerest. Por atender outras 52 cidades, ele não consegue faezr o trabalho como deveria aqui com relação à saúde do trabalhador, comenta o secretário-geral do Fórum Sindical de Trabalhadores, Jean Carlo Dalmolin.
Cotas de exames
Outro assunto recorrente nas reuniões entre os sindicalistas e a secretaria municipal da Saúde diz respeito a cotas de exames via Sistema único de Saúde (SUS). A secretaria possui convênios com as entidades, que possuem em suas estruturas profissionais médicos e que atendem seus associados, funcionando com porta de entrada do SUS. Situação que desafoga as unidades básicas de saúde. O pleito dos sindicatos é para que a secretaria aumente a cotas de exames e procedimentos liberadas a cada entidade sindical.
Entretanto, a secretária disse que ampliar o número de exames liberados aos sindicatos é algo fora de cogitação, pois isso recai em aumento de despesas orçamentárias. Mesmo assim, a secretária se comprometeu a fazer um levantamento para aumentar isso. porque ela tem conhecimento do trabalho que realizam as entidades, o que auxilia o próprio poder público, finaliza Dalmolin.