O presidente do Brusque Associativo, Danilo Rezini, e o advogado Luiz Fernando Pamplona participaram, na noite desta quinta-feira (13), do programa Batendo Papo, Batendo Bola para esclarecer a atual situação do Brusque Futebol Clube. Durante a conversa, foram abordadas questões como os pagamentos atrasados a jogadores e funcionários, a transição do clube para Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e o silêncio da nova gestão, que tem gerado incertezas entre torcedores e imprensa.
Mesmo sem ligação direta com a administração do futebol, Rezini respondeu aos questionamentos sobre os compromissos financeiros do clube e explicou que o acordo previa três blocos de pagamento. O primeiro incluía salários atrasados de novembro e dezembro de 2024, além de pendências com fornecedores, como transporte, hotelaria e imobiliárias. Ele garantiu que 80% desse primeiro bloco já foi pago, mas que os valores referentes a premiações ainda não foram quitados.
"A premiação está no contrato e é de responsabilidade da SAF. Nós temos documentos que comprovam isso. A questão é que o contrato não estabelece um prazo específico para esse pagamento, mas ele precisa ser feito", afirmou Rezini.
O advogado Luiz Fernando Pamplona reforçou que a SAF tem obrigações contratuais e que qualquer irregularidade pode ser questionada. Segundo ele, os acordos firmados precisam ser cumpridos para garantir a credibilidade do clube e manter um ambiente de estabilidade financeira e administrativa.
"Toda transição de um clube para SAF exige uma estruturação detalhada. Existem desafios naturais nesse processo, mas é fundamental que os compromissos assumidos sejam honrados para que a operação siga de forma sustentável", destacou o advogado.
Pamplona também explicou que, apesar de o Brusque Associativo deter apenas 10% de participação na SAF, tem direito à fiscalização das contas e à transparência das operações financeiras. Segundo ele, a associação acompanha de perto as movimentações da nova gestão e pode intervir caso identifique descumprimentos contratuais.
Outro ponto discutido na entrevista foi o distanciamento da SAF em relação à torcida. Os entrevistados reconheceram que a falta de comunicação tem gerado desconforto, mas garantiram que a diretoria da SAF deve se pronunciar em breve.
"O Rubens, que é o principal nome da SAF, tem um projeto sólido para o Brusque. Nos próximos dias, ele ou o vice-presidente Miguel devem vir a Santa Catarina para conceder uma coletiva e esclarecer as questões que estão em aberto", garantiu Rezini.
Apesar das incertezas, o presidente do Brusque Associativo reforçou a confiança de que a SAF trará benefícios a longo prazo e pediu paciência para que o processo de adaptação seja concluído. Ele também reconheceu que o modelo de gestão empresarial adotado pela SAF é diferente do anterior e que, por isso, algumas decisões podem causar estranhamento entre torcedores e funcionários.
"Os novos gestores vêm com uma mentalidade empresarial. Eles tomam decisões com base em cálculos financeiros e estratégicos. É natural que haja um choque de cultura, mas o importante é garantir que o clube continue crescendo", afirmou.
Para conferir todos os detalhes da entrevista, assista ao vídeo completo acima.