A queda de 1,69% que a cesta básica teve em Brusque em fevereiro deste ano, em relação ao mês anterior, foi abordada no Conexão 92 desta segunda-feira (17). Entre os itens que registraram queda estão tomate (-20.92%), feijão (-11,05%) e banana (-5,14%). Os produtos que tiveram aumento foram café (25,60%), pão (3,06%) e batata (2,68%).
Em Brusque, a pesquisa é realizada pelo Fórum Sindical em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústria de Fiação, Malharia, Tinturaria, Tecelagem e Assemelhados (Sintrafite). Os dados obtidos são enviados ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), entidade criada e mantida pelo movimento sindical brasileiro há 70 anos, a fim de desenvolver pesquisas que subsidiem as demandas dos trabalhadores.
O Dieese monitora mensalmente os preços do arroz, feijão, carne, leite, café, pão, açúcar, entre outros produtos alimentícios.
O secretário-geral da Sintrafite, Joel Rodrigues, destacou que a pesquisa não tem vínculo político nem partidário. “A gente vai buscar os preços reais que estão no mercado”, afirmou. Ele disse que a metodologia consiste na coleta de preços em nove supermercados de Brusque.
Rodrigues lembrou o Decreto Lei nº 399, de 30 de abril de 1938, que regulamentou o salário mínimo no Brasil e está vigente até hoje. O Decreto determinou que a cesta de alimentos fosse composta por 13 produtos alimentícios em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta.
O sindicalista ressaltou que o Dieese estimou que o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido, em fevereiro deste ano, de R$ 7.229,32, ou seja, 4,76 vezes mais que o mínimo atual que é de R$ 1.518,00. “Hoje, a cesta básica consome metade do salário mínimo praticamente. Se fosse R$ 7.229,32, não dava 9% do salário mínimo”, analisou.