Foi lançado, na noite desta quinta-feira (20), o documentário "G7 – A alegria de se reunir e compartilhar memórias em língua alemã", vencedor do prêmio Wilson Santos de Apoio à Cultura de Brusque. A solenidade e a primeira exibição contaram com a participação especial do Grupo Amigo de Canto Alemão.
O filme resgata a história de um grupo de octogenárias brusquenses que se reúnem mensalmente, desde 2009, para praticar a língua alemã e compartilhar memórias pessoais e da cidade.
O documentário marcou a estreia de Celso Deucher como diretor e roteirista. No Conexão 92 desta sexta-feira (21), ele disse que quando essas descendentes de alemães partirem, o idioma partirá com elas. “Essa língua do jeito que elas falam, nós não vamos mais ouvir falar em Brusque.”
Deucher lembrou que o alemão foi o idioma mais falado em Brusque durante décadas. “Isso começou a mudar durante a Primeira Guerra Mundial e se intensificou na Segunda Guerra, com a proibição total da língua. Perseguições, prisões e arbitrariedades contra os descendentes de imigrantes alemães levaram muitas famílias, por medo, a abandonar seu idioma materno. Como consequência, as gerações pós-guerra tiveram que aprender a língua portuguesa na marra”, explicou.
Segundo ele, esse medo levou muitas famílias de Brusque a não mais ensinar o alemão a seus filhos, o que resultou no quase desaparecimento de praticantes do idioma no município. “Foi essa dificuldade em ter parceria para praticar o idioma que levou um grupo de senhoras a criar, em setembro de 2009, o Grupo das Sete, que, ao longo dos anos, se tornou conhecido como o G7.”
O filme conta com o patrocínio da prefeitura de Brusque, por meio da Fundação Cultural de Brusque, com recursos do Fundo Municipal de Apoio à Cultura 2024 – Projeto Wilson Santos.