O empresário Luciano Hang, em entrevista ao jornalismo da Cidade FM, defendeu a campanha “Não dê esmola — seu dinheiro mantém as pessoas na rua” e criticou duramente a atual situação dos moradores de rua em Brusque. A campanha está sendo veiculada por meio de peças publicitárias em redes sociais, outdoors e spots de rádio, com apoio de dezenas de entidades empresariais e da Prefeitura Municipal. Segundo Hang, a cidade possui atualmente 130 pessoas em situação de rua, sendo que apenas 3% são de Brusque.
“Nós temos uma cidade de pleno emprego; é inaceitável que Brusque esteja sofrendo um problema que não é da nossa cidade”, afirmou o empresário, lembrando que antigamente a cidade tinha apenas quatro pessoas conhecidas em situação de rua, como a “Madalena Doida” e o “Cantorinho”, que eram bem recebidas pela comunidade.
Hang apresentou dados alarmantes sobre o crescimento nacional do problema: no último ano, o número de moradores de rua no Brasil aumentou 25% e, nos últimos 11 anos, multiplicou-se por 14. O empresário atribuiu o crescimento a três fatores principais: drogas, álcool e “dinheiro fácil” proveniente de benefícios sociais e esmolas.
Citando levantamento do ex-deputado estadual Bruno André de Souza, atual secretário municipal de Assistência Social de Florianópolis, Hang afirmou que pessoas em situação de rua podem ganhar entre 3 a 4 mil reais por mês, por meio de benefícios e esmolas, “sem precisar pagar nada”.
O empresário relatou que sua mobilização começou após receber uma mensagem de um comerciante da Rua Guilherme Krieger, que descreveu problemas com uma moradora de rua que teria vandalizado sua loja após ele ter se negado a carregar seu celular.
Hang elogiou as ações do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, que, segundo ele, conseguiu reduzir drasticamente o número de pessoas em situação de rua na cidade, transferindo a casa de passagem para 10 quilômetros do centro urbano. “Prometo para você que pode andar por Chapecó às sete horas da noite que não vai ver ninguém na rua”, declarou, citando o prefeito.
O empresário criticou a localização da casa de passagem de Brusque: primeiro, na Rua Hercílio Luz, próximo ao Colégio Honório Miranda, e, depois, na “subida da caixa d’água”, chamando ambas as escolhas de “grande erro”.
Hang anunciou que trabalhará em seis causas prioritárias: dislexia, autismo, fibromialgia, campanha contra pichação, questão dos moradores de rua e lixo nas ruas. Ele defendeu que o poder público seja mais incisivo na abordagem do problema e que não se permita que pessoas permaneçam nas ruas “sem fazer nada”.
“Você não está ajudando essa pessoa que está na rua dando esmola. O dinheiro que você dá simplesmente vai mantê-la na rua”, concluiu o empresário, argumentando que Santa Catarina atrai pessoas em situação de rua por ser um estado rico, onde a população tem o hábito de dar esmolas.
A entrevista completa com Luciano Hang, conduzida pelo jornalista Dirlei Silva, vai ao ar nesta quinta-feira, dia 5, às 8h, no programa Rádio Revista Cidade, na 92,3 FM e no canal do YouTube Rádio Cidade Brusque.