Na tarde desta segunda-feira (16), o Secretário de Trânsito e Mobilidade de Brusque, Emerson Andrade, foi o entrevistado no programa Conexão 92, para falar sobre o curso gratuito de autorização para condução de veículos autopropelidos, como scooters e bicicletas elétricas.

Durante a entrevista, Emerson criticou a ausência de critérios claros por parte do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que permite a circulação e comercialização desses veículos sem exigências mínimas de segurança. “O que se vê é um equipamento circulando livremente sem exigência de habilitação, capacete ou qualquer tipo de preparo técnico por parte do condutor, o que tem resultado em acidentes fatais”, destacou o secretário.

Segundo ele, somente em Santa Catarina já foram registradas ao menos cinco mortes em 2025 envolvendo esses veículos, incluindo um caso em Brusque. A preocupação levou a prefeitura a criar, de forma pioneira, um curso gratuito com 12 horas de duração, voltado a jovens a partir de 16 anos e adultos que utilizam esses equipamentos.

O curso, custeado com recursos provenientes das multas de trânsito aplicadas no município, inclui aulas teóricas e práticas com noções de legislação, direção defensiva, frenagem e condução segura. As inscrições estão disponíveis via Instagram da Secretaria de Trânsito (@setrambrusque), com turmas de até 25 alunos e a procura já levou à formação de quatro turmas antes mesmo da primeira começar. Também é possível se inscrever presencialmente na sede da Setram, localizada na rua Manoel Tavares, nº 51, no bairro Centro, em frente ao SINSEB.

Andrade também alertou para os riscos de adulteração dos equipamentos. Caso seja identificado que o veículo ultrapassa os limites legais de potência ou velocidade, ele passa a ser considerado ciclomotor, exigindo habilitação, emplacamento e podendo gerar multa e até crime de trânsito em caso de irregularidade.

Por fim, o secretário defendeu que a educação para o trânsito seja incluída de forma transversal no currículo escolar, como estratégia de longo prazo para redução de acidentes. “As mortes que vemos estão diretamente ligadas ao comportamento imprudente. Precisamos agir na raiz do problema”, concluiu.