A deputada federal Caroline De Toni (PL-SC), um dos nomes cotados para disputar uma vaga ao Senado em 2026, defendeu nesta quinta-feira (26) a possível candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado por Santa Catarina. Em entrevista ao programa Rádio Revista Cidade, da Rádio Cidade FM, De Toni contrapôs a nota divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), que afirmou que o estado “não precisa importar políticos de outros estados”.

“Eu, particularmente, sou suspeita para falar, porque, em primeiro lugar, sou extremamente grata ao presidente Bolsonaro por hoje estar deputada federal”, declarou a parlamentar, que atribui sua eleição à “onda conservadora de direita” liderada pelo ex-presidente. De Toni destacou que duplicou sua votação na reeleição, alcançando 227 mil votos, um recorde pessoal. Para ela, a discussão ultrapassa o regionalismo.

“O que está em jogo não é o bairrismo de Santa Catarina neste momento. O que está em jogo é a continuidade ou não das liberdades no Brasil. É a continuidade ou não da ditadura judicial que a gente vive”, afirmou.

Críticas ao STF e defesa da lealdade política

Durante a entrevista, De Toni afirmou que 38 deputados federais estariam com inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal (STF), o que, segundo ela, poderia impedir suas candidaturas em 2026. A deputada disse que os “crimes” atribuídos a esses parlamentares seriam apenas “palavras, críticas, opiniões dadas na tribuna no exercício do mandato”.

Ela também questionou a conveniência de eleger senadores que, em sua avaliação, poderiam votar contra eventuais pedidos de impeachment de ministros do STF.

“Não seria bom que os três senadores de Santa Catarina votassem pelo impeachment de um dos ministros, para retomar a democracia no Brasil?”, indagou.

Sobre Carlos Bolsonaro, De Toni afirmou conhecê-lo pessoalmente e destacou sua lealdade política:

“Quantas pessoas se afiançaram no Bolsonaro para se eleger e depois viraram as costas para ele?”, questionou, defendendo que a indicação do filho do ex-presidente representa um “reconhecimento de quanto ele gosta e aprecia Santa Catarina”.

Impacto nas articulações da direita catarinense

A possível candidatura de Carlos Bolsonaro impacta diretamente as pretensões de João Rodrigues (PSD), atual prefeito de Chapecó, que vinha sendo cogitado para disputar o Senado ou o governo estadual. De Toni foi direta ao comentar a movimentação do prefeito:

“Essa situação toda se criou inclusive por culpa do João Rodrigues. Bolsonaro disse: ‘João Rodrigues vai ao Senado, né?’. Mas João Rodrigues quis teimar e enfrentar o Jorginho”, afirmou.

Segundo a deputada, com Carlos Bolsonaro na chapa do governador Jorginho Mello (PL), a composição se consolidaria como a “chapa bolsonarista”, o que reduziria o espaço político de Rodrigues:

“O João Rodrigues vai acabar não concorrendo a nada, sendo bem sincera. Ou vai ter que disputar para deputado federal”, avaliou.

De Toni também argumentou que, com o apoio do eleitorado bolsonarista em Santa Catarina — estado que proporcionalmente mais votou em Jair Bolsonaro —, Carlos teria bom desempenho nas urnas:

“Quando aparecer Bolsonaro na urna, o pessoal vai votar direto. Ele tende a ser o mais votado em Santa Catarina”, previu.

Confirmação da candidatura

A defesa de De Toni está alinhada à confirmação feita pelo próprio Jair Bolsonaro. Conforme revelou o colunista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, o ex-presidente confirmou nesta quinta-feira (26) que seu filho Carlos será candidato ao Senado por Santa Catarina. Segundo a reportagem, a decisão foi tomada após conversas com o vereador carioca e com o governador Jorginho Mello.