No programa Conexão 92 desta sexta-feira (4), o entrevistado foi Alexandre de Souza, presidente do Conselho Municipal de Cultura de Brusque. Ele participou para detalhar o papel do conselho, esclarecer sobre a eleição para nova composição e abordar temas importantes para o setor cultural no município.
Alexandre explicou que o Conselho é composto por 16 membros, sendo 50% representantes da sociedade civil e 50% indicados pelo governo municipal. “A função do conselho é acompanhar, fiscalizar e deliberar sobre os recursos públicos destinados à cultura, como os provenientes da Lei Paulo Gustavo, Aldir Blanc e o Fundo Municipal de Apoio à Cultura”, destacou.
Durante a conversa, ele enfatizou que ser conselheiro exige comprometimento e participação ativa. “Você precisa estar presente nos eventos, acompanhar os editais, se dedicar mesmo. Não é só sentar na reunião e votar”, afirmou.
Um dos pontos altos da entrevista foi a explicação sobre como artistas e produtores culturais podem acessar os recursos públicos. Alexandre destacou que há editais destinados a iniciantes e que é essencial buscar informações junto à Fundação Cultural. “A falta de documentação ainda é um dos principais problemas enfrentados por quem tenta apresentar projetos”, alertou.
O presidente também comentou sobre o volume de recursos disponíveis: “Temos hoje mais de um milhão de reais somando os fundos federal e municipal para investir na cultura brusquense. Pode não ser o ideal, mas é muito mais do que tínhamos anos atrás.”
Questionado sobre a polêmica envolvendo a Lei Municipal que proíbe apresentações culturais com suposta apologia ao crime ou drogas para o público infantojuvenil, Alexandre foi direto: “Essa lei não passou pelo Conselho. Não houve debate. Acho que precisa ser questionada juridicamente, porque a cultura tem de ser democrática e representativa.”
Sobre o papel econômico da cultura, ele citou exemplos como o evento “Rock na Praça” e a Fenarreco com entrada gratuita via Lei Rouanet. “O dinheiro que deixaria de ser gasto com ingresso circula dentro da festa. É um investimento com retorno”, observou.
A eleição para o novo Conselho ocorrerá em agosto. Segundo Alexandre, os interessados devem apresentar documentação básica e participar da assembleia. Ele aproveitou para convocar representantes da sociedade civil a ocuparem as cadeiras disponíveis: “Queremos pessoas que atuem de verdade no setor, não apenas ocupem espaço.”
Por fim, ele deixou em aberto a possibilidade de continuar na liderança do conselho e ressaltou a importância de dar continuidade ao trabalho: “A cultura precisa ser levada a sério. já foi muito negligenciada. Hoje temos estrutura e recursos e precisamos seguir avançando.”