A chamada “moda” da soroterapia e dos implantes hormonais foi tema de entrevista no programa Rádio Revista Cidade, na manhã desta quinta-feira (11). O endocrinologista Frederico Marchisotti, que trabalha em Brusque e também é conselheiro do Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC), fez um alerta sobre os perigos dessas práticas quando usadas sem necessidade real.
De acordo com o médico, a soroterapia nada mais é do que a aplicação de vitaminas e minerais direto na veia. O problema, segundo ele, é que muita gente faz isso sem precisar. “Já houve casos de até sépsis, morte por causa de infusões venosas. Então essas coisas não podem ser banalizadas, principalmente quando não têm um benefício claro ao paciente”, afirmou. Frederico lembrou que, na maioria das vezes, uma simples reposição oral já resolveria.
Outro ponto abordado foram os implantes hormonais, conhecidos como “chips da beleza”. Eles liberam hormônios no corpo por meses, mas não têm controle de qualidade nem aprovação oficial. “O implante, ele não tem bula. Você compraria um medicamento sem bula? Você não sabe nem o que tem ali dentro”, questionou. O único implante autorizado no Brasil é o anticoncepcional Implanon, frisou o médico.
Marchisotti também chamou atenção para a forma como essas terapias são vendidas, muitas vezes em pacotes prontos e por valores muito altos. “Essa é uma forma de mercantilização da medicina, em que se vendem terapias sem base científica, prometendo resultados sedutores, mas colocando em risco a saúde do paciente”, disse.
Mesmo com as críticas, o endocrinologista destacou que existem situações específicas em que aplicações injetáveis são realmente indicadas, como em pacientes bariátricos ou com problemas sérios de absorção. Mas reforçou: nesses casos, o tratamento precisa ser acompanhado de perto por médicos e com indicação correta.