Em meio à Semana Nacional de Trânsito e ao Setembro voltado à segurança viária, Brusque discute como sair da curva dos acidentes com um pacote que combina educação continuada, fiscalização e tecnologia. A entrevista foi concedida por Emerson Luiz Andrade, secretário de Trânsito e Mobilidade de Brusque, no Rádio Revista Cidade, na manhã desta quinta-feira (25).

Para Andrade, a raiz do problema começa na escola. Ele foi taxativo ao cobrar a aplicação da lei que prevê educação para o trânsito na formação básica: “Que todos os nossos gestores falharam até agora”. A avaliação mira décadas de omissão e ajuda a explicar por que comportamentos de risco seguem tão presentes nas ruas.

Como resposta estruturante, o secretário destacou a futura Escola Pública de Trânsito, pensada para formar hábitos desde a infância: “O objetivo da Escola Pública de Trânsito não é formar um motorista, é formar um cidadão para o trânsito”. A proposta é trabalhar normas de circulação, direção defensiva e cidadania com crianças e jovens, em reforço aos projetos já existentes.

Em paralelo à educação, Andrade defende reforço de efetivo, fiscalização eletrônica e videomonitoramento. O horizonte é claro e ambicioso: “Eu preciso implementar essas estratégias. Eu preciso reduzir a zero o número de mortes no município de Brusque”. A ideia é transformar metas em política pública, com planos factíveis e mensuráveis.

Um indicador citado por ele acende alerta imediato: o cinto no banco traseiro. “De cada 10 que a gente abordar, 7 não vão estar usando o cinto de segurança. Sem medo de errar”. O recado mira famílias e responsáveis — e reforça que pequenas escolhas fazem diferença entre lesão, vida e morte.

Além de mudanças estruturais e fiscalização, Andrade destacou que o sucesso depende também de conscientização cultural. Ele acredita que a cidade só avançará quando motoristas, ciclistas e pedestres enxergarem a segurança viária como um dever coletivo, e não apenas como cumprimento de regras para evitar multas.