O delegado regional Fernando de Faveri participou na tarde desta segunda-feira (3) do programa Conexão 92, onde comentou os números que colocam Brusque como a cidade mais segura do país, segundo estatísticas baseadas na taxa de homicídios e feminicídios elucidados. O índice é reconhecido nacional e internacionalmente como o mais confiável para medir a criminalidade de um município.
“Esse é o dado hoje mais confiável do ponto de vista nacional e internacional para se verificar a gravidade ou não dos índices de criminalidade. Brusque obteve a primeira colocação. Santa Catarina ficou muito bem posicionada, com Jaraguá do Sul, Tubarão e Florianópolis entre as cidades mais seguras”, destacou o delegado.
Ele explicou que o levantamento considera apenas cidades com mais de 100 mil habitantes, justamente para evitar distorções estatísticas. “Se você insere um município com três mil habitantes e ocorre uma morte, isso geraria uma distorção enorme, porque é feita uma taxa por 100 mil habitantes. Então, o recorte de 100 mil é o mais correto”, afirmou.
Em 2024, Brusque registrou quatro homicídios, o que representa uma média de uma morte a cada três meses. “Isso mostra que estamos no caminho certo. Concorrer com municípios de médio e grande porte e aparecer na frente é algo que aumenta nossa responsabilidade, mas também demonstra que o trabalho conjunto tem dado resultado”, comentou De Faveri.
Sobre o desafio de manter o bom desempenho, o delegado reconheceu que a principal dificuldade é justamente sustentar os números positivos. “Quando se atinge um determinado patamar, a grande dificuldade é se manter. Tivemos um fim de ano complicado, com homicídios em dezembro que refletiram em janeiro, mas mesmo assim o índice segue muito bom. Em 2025 já registramos seis homicídios, e todos estão sendo investigados com rapidez.”
Ele destacou que o sucesso depende da integração entre as forças de segurança. “A lógica que vem dando certo é a cooperação entre órgãos. Polícia Civil, Militar, Polícia Científica, Prefeitura, Câmara de Vereadores, imprensa e entidades como a ACIBr e CDL. Todos precisam caminhar juntos. Não é o delegado com o comandante, é a Polícia Civil com a Polícia Militar, instituição com instituição.”
De Faveri também ressaltou a importância de ampliar o efetivo. “A gente precisa de mais pessoal. Não nasce policial da árvore. É necessário concurso, academia de formação e nomeação. Por isso, é fundamental a união política e o apoio da imprensa para mostrar a realidade e sensibilizar o Estado sobre a necessidade de mais agentes.”
Durante a entrevista, ele elogiou o trabalho das equipes locais e o comprometimento com resultados. “Os inquéritos de homicídio em Brusque não chegam a 30 dias. É um dado muito positivo. Todos os casos dos últimos cinco anos foram esclarecidos. Todo mundo que matou foi identificado, e quase todos já estão presos. Isso gera sensação de punição e segurança.”
O delegado destacou ainda que o município tem conseguido evitar o avanço de crimes ligados ao tráfico de drogas. “Em Brusque, as mortes que ocorrem não têm ligação com facções. São casos isolados, brigas de bar, conflitos familiares, discussões entre vizinhos. O tráfico aqui não prospera porque a polícia está sempre em cima. Os criminosos sabem disso.”
Para o delegado, o envolvimento da comunidade também é fundamental. “A Rede de Vizinhos é um case de sucesso. Quanto mais as pessoas confiam na polícia, mais informações chegam, e mais fácil é prevenir o crime. Essa sintonia é essencial. Todos são responsáveis pela segurança pública, e isso faz toda a diferença.”
Fernando de Faveri reforçou a importância de divulgar bons resultados. “Muitas vezes me dizem que não devemos divulgar esses índices, mas eu discordo. É justamente o contrário. Mostramos que Brusque cresceu, a população aumentou, e ainda assim mantivemos a criminalidade de dez anos atrás. O criminoso precisa saber que, se cometer um homicídio aqui, será identificado, preso e condenado. É isso que garante a tranquilidade do cidadão e mostra o sucesso das políticas públicas.”




