Mesmo após a derrubada de uma liminar judicial que impedia o início das obras, a construção da nova Unidade Básica de Saúde (UBS) no Loteamento Schaeffer, em Brusque, continua gerando polêmica. O morador Nélio Schaeffer Jr., que reside há 12 anos em frente ao terreno onde a UBS está sendo erguida, questiona a escolha do local, a derrubada de árvores e o processo de aprovação da obra.
Durante entrevista, Nélio afirmou que ainda há possibilidade jurídica de impedir a continuidade da construção. “Na realidade, a ação ainda cabe recurso. A gente tem mais duas instâncias para recorrer: o STJ e o STF”, disse.
Questionamentos sobre o local da obra
Um dos principais pontos contestados pelo morador é a escolha do terreno. Segundo ele, alternativas foram sugeridas, como áreas próximas ao ginásio multiuso e à Policlínica, que já concentra outros serviços de saúde. “Eu pergunto para vocês: aqui não descaracterizou o local? Lá atrás da Policlínica seria o mais sensato. Existe algum estudo técnico dizendo que não é possível fazer lá? Se tem esse estudo, onde ele está?”, questiona.
Diferença nos valores e mudança de decisão
Outro ponto levantado é a divergência entre os valores da obra apresentados no site do governo federal e os divulgados pela Prefeitura. “No gov.br consta R$ 2.582.000 para UBS Tipo 3, mas na placa aqui na frente aparece R$ 4.337.000. Se tem esse estudo técnico, onde é que ele está? A gente quer saber”, indaga Nélio.
Segundo Schaeffer Jr., o processo de definição do local da nova UBS não foi transparente e desrespeitou decisões anteriores do Conselho Municipal de Saúde. “A primeira iniciativa, em 2023, que o Comusa tinha aprovado era na Rua Daniel Imhof, que a Daniel Imhof pertence uma parte para o Centro e uma parte para o bairro São Luís. E o que acontece, a antiga secretária de saúde mudou o local, de onde o Comusa tinha aprovado inicialmente, para esse local aqui, sem consultar o Comusa. Se vocês pegarem o vídeo das reuniões do Comusa, isso vai estar tudo bem claro lá.”, explicou.
Impacto ambiental
Nélio também critica a derrubada das árvores da área, que segundo ele não foi devidamente planejada nem compensada. “Disseram que seriam tiradas apenas algumas árvores, mas foram todas. Tem árvores aqui com mais de 50 cm de diâmetro. Cadê o transplante?”, cobrou.
Mesmo com a área já desmatada e as obras em andamento, o morador mantém a esperança de que as instâncias superiores da Justiça revertam a decisão. “Tenho fé e esperança. Se essa UBS fosse construída no local correto, a gente poderia recuperar essa área. O que fizeram aqui é uma aberração, um crime. Eu não me conformo”, desabafou.