Brusque FC recebe proposta para virar SAF; empresário paulista já influencia decisões do clube

O Brusque Futebol Clube está prestes a se transformar em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Segundo apuração exclusiva do jornalista Sidney Silva, do Esporte SC, o empresário paulista Rubens Takano Parreira, sócio do Grupo Delta, já apresentou proposta formal e aguarda aprovação do Conselho Deliberativo do clube.

A influência do possível novo proprietário já se faz presente nas decisões do clube. Foi por intermédio de Takano que o Brusque contratou o técnico português Filipe Gouveia, ex-treinador na Arábia Saudita, que será apresentado nesta sexta-feira (10). Fontes ligadas ao clube confirmam que o salário do treinador ultrapassará três dígitos, já com respaldo do investidor.

Outro movimento significativo foi a chegada do novo CEO, Gustavo Lazzaretti, ex-zagueiro com passagem controversa pelo clube em 2017. Lazzaretti, que nunca chegou a atuar oficialmente pelo Brusque, processou o clube após uma lesão em treino e recebeu indenização superior a R$ 100 mil.

A negociação inicial prevê a venda de aproximadamente 70% da SAF por cerca de R$ 70 milhões. No entanto, a proposta divide opiniões nos bastidores do clube. Funcionários temem demissões, enquanto parte dos conselheiros e diretores se opõe à venda.

Takano já possui experiência no futebol europeu como proprietário do AVS Futebol SAD (antigo Vilafranquense), clube da primeira divisão portuguesa. Curiosamente, Filipe Gouveia, atual técnico do Brusque, comandou a equipe portuguesa entre 2021 e 2022.

Controvérsias do investidor

Em 2023, Takano esteve no centro de uma polêmica envolvendo denúncias de fraudes no Grupo Delta, investigadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O caso ganhou repercussão nacional e resultou na saída de um vice-presidente da Eletrobras.

Segundo investigações do Jornal Valor Econômico, posteriormente divulgadas pelo Metrópoles, o Vilafranquense, então na segunda divisão portuguesa, teria conexões com uma rede de executivos supostamente envolvidos em transações fraudulentas. A denúncia menciona relações entre Takano e Francisco Lavor, controlador da Brasil Comercializadora, que patrocinava o clube português através da CBC Agrícola. Os detalhes sobre como o clube teria sido utilizado nas supostas fraudes não foram especificados nas denúncias.